terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Blitz da OAB confirma ausência de juízes no interior

Mais de 60% de juízes ausentes nas comarcas do interior e aproximadamente 35% na capital. Este foi o saldo da blitz realizada na manhã desta terça-feira (22), em 147 varas das 153 existentes em todo o Estado do Pará. Vinte e um advogados - conselheiros da OAB-PA, que participaram da reunião, visitaram as comarcas da capital e do interior do Estado, para verificar in loco a freqüência dos magistrados.
A operação, que contou com o apoio dos presidentes das 17 subseções da OAB-PA chegou a um número alarmante. Das 147 comarcas visitadas, em 104 municípios, 89 não possuem juízes. Sem falar das 39 cidades sem nenhuma vara instalada. Em Santana do Araguaia, por exemplo, o município clama por um juiz a mais de dois anos. Um pequeno demonstrativo da total ausência do poder judiciário no Pará.
No oeste do Estado, uma das maiores regiões com 300 mil habitantes, apenas o município de Santarém contava com juízes nesta manhã. Diferente de outras cidades adjacentes, que compõem a jurisdição da subseção de Santarém, onde não foi registrada a presença de nenhum magistrado.
Na capital do Estado, a realidade não é muito distante da constatada no interior. Durante visita aos fóruns cível e penal de Belém, cerca de 1/3 dos juízes estavam ausentes e uma parte dos presentes, ainda descumpre a carga horária estabelecida pelo CNJ, que determina oito horas diárias de trabalho para magistrados.
Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a produção do judiciário no Pará é muito baixa, conseguindo apenas a segunda colocação em número de sentenças e decisões por magistrados. Os juízes paraenses emitem 497 sentenças por ano, enquanto os do Rio Grande do Sul produzem 5 vezes mais, emitindo 2.908 sentenças.
Estes dados, somados aos coletados na blitz, que recebeu o nome de “Operação TQQ”, confirmam o que a OAB já sabia: os juízes do interior do Estado não costumam trabalhar dia de segunda e sexta-feira. Além disso, a baixa produtividade por juízes somada à falta de magistrados nas comarcas, leva a conclusão de que a situação do judiciário é ainda mais grave do que se pensava - uma situação que, segundo o presidente da OAB-PA, Jarbas Vasconcelos, “ofende a nossa Constituição e a nós mesmo enquanto cidadãos”.
Jarbas ainda fez questão de ressaltar que, nesse primeiro momento, a Ordem não levantou nenhuma situação pessoal ou particular de nenhum magistrado. “Essa foi a primeira visita. Nós advogados temos fé pública e somos o representantes da sociedade perante o judiciário, por isso, realizaremos tantas vistas quantas forem necessárias, ”, afirmou ele, para dizer que a Ordem não vai descansar e espera que a justiça esteja aberta ao diálogo. “Nós queremos discutir com o judiciário a qualidade do serviço por ele prestado. Queremos sensibilizar os juízes para uma reforma urgente no judiciário no Pará”.
Ontem mesmo a OAB encaminhou ofício ao CNJ e ao TJE, informando os números da operação. No próximo dia 2 de março, a OAB realiza a primeira reunião de trabalho com o presidente do TJE, Desembargador Rômulo Nunes, a fim de discutir formas de melhorar o desempenho do poder judiciário no estado do Pará.

Fonte: Assessoria de Imprensa da OAB

11 comentários:

  1. Razoável a atitude da OAB do Pará em relação a assiduidade dos magistrados nas varas. Deveria estender a mesma atitude em relação ao MP, a Defensoria Pública e aos Delegados de Polícia também.Agora eu estou esperando... como advogado e eleitor, que a OAB preste contas da vida financeira da entidade, todo mês no site da entidade, conforme foi prometido por seu presidente atual. Já estamos quase completando 60 dias desde que assumiu a presidência e necas do presidente prestar contas de acordo com o prometeu. Tá meio estranho nessa área.... Tá igualzinho a administração anterior nesse setor...

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  2. O déficit de magistrados também tem por causa os poderes executivo e legislativo quando ao votar a Lei Orçamentária (LDO) anual não aumentam o % do Poder Judiciário. Seria interessante começar a pensar bem e registrar que o Legislativo quando não proprociona condições financeiras ao Judiciário funcionar a contento com número de juízes adequado ao número da população e comarcas, colabora para as deficências.

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  3. Pelo que eu sei, o "representante" da sociedade perante o Judiciário é o Ministério Público. A OAB é apenas um sindicato de advogados, portanto "representa", acima de tudo, seus interesses corporativos. A OAB, em vez de tirar onda de Ministério Público ou Polícia (só falta trocar o terno por coletes na sua "blitz"...) devia era cuidar dos maus advogados que infestam seus quadros. O que a OAB tem feito, por exemplo, contra os advogados que atuam como "pombos-correio" do crime? Contra os seus filiados que dão chá de gaveta nos processos em que seus clientes não têm razão? Contra os que abusam dos recursos protelatórios? Por que a OAB não luta para acabar com esssa excrescência que é o "quinto constitucional"? Um dos advogados indicados pela OAB para compor o STJ estava metido até o pescoço em patifarias de causar inveja ao próprio Arruda, como descobriu agora uma dessas operações da Polícia Federal. A melhor maneira de varrer esse lixo para debaixo do tapete é tentar crucificar outras ínstituições como a magistratura e o Ministério Público. E é o que a OAB está fazendo. Resumo da ópera: são os holofotes, meus caros, são os holofotes...

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  4. Agora com a OAB/PA investigando espero que ela também faça o mesmo com os seus pares. Isso que este orgão corporativista fez não merece os melhores elogios, porque sabesse que isso esta acontecendo por conta de interesses de alguns.

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  5. TODOS TÊM RAZÃO
    Este parece ser o traço comum nos pronciamentos dos anônimos...Com a diferença de que o Poder Judicário pelo menos presta contas à população paraense, de acordo com as informações dispostas no site daquele poder. Já atual presidência da Seccional (oab)não as presta nem da situação financeira a seus associados, conforme promessa de campanha, e isso é ruim. Seria legal prestar contas.Muito Legal prestar contas,assim, A OAB-PA FICARIA LEGAL perante a classe.Seria de bom alvitre, antes de cobrar a anuidade deste ano prestar contas da administração e do estado em que encontrou a entidade de modo transparente e sem medo...Mas parece que as amizades são mais importantes que os advogados em geral...Era dos panos quentes... Será...

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  6. VEM ME DIZER QUE ISSO COMEÇOU AGORA? PACIÊNCIA! ELES SEMPRE SOUBERAM DISSO, FOI PRECISO VIRAR POLÊMICA PRA VIR A TONA. SE JÁ NÃO TEM JUIZ NA COMARCA O QUE ELES DIZEM ENTÃO SOBRE O LENDÁRIO "PLANTÃO JUDICIÁRIO" NO INTERIOR? A POLÍCIA TEM QUE SAIR PROCURANDO QUEM É QUE VAI RECEBER O PROCEDIMENTO. ISSO É UMA VERGONHA! É FALTA DE RESPEITO COM AS INSTITUIÇÕES E PARA NÓS(POVO) ELES ESTÃO C... E ANDANDO!

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  7. Se a OAB fizer bliz para verificar a frequencia do MPE, vai constatar que lá o sistema não é o TQQ e sim o QTQQQQ, ou seja QUASE TERÇA, QUASE QUARTA, QUASE QUINTA.
    Socorro, chamem o CNJ, o CNMP, ou ao menos, chamem os BOMBEIROS!!!!!

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  8. Parabéns ao dr. Jarbas!!!

    Às vezes, é preciso chutar - com o perdão da expressão! - o pau da barraca para deixar claro, para a opinião pública, o que, realmente, importa: os juízes continuam a agir como uma casta de privilegiados e não como servidores públicos.

    Com todo o respeito por quem pensa de outro modo, nota 10 para o dr. Jarbas!!!

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  9. Albano Martins24/2/10 09:27

    Caros comentaristas, na condição de Diretor Tesoureiro da OAB/PA na gestão do Presidente Jarbas Vasconcelos, informo a todos que o sistema de prestação de contas on line está em produção, e em breve estará implementado, tal como prometido em campanha. Trata-se de compromisso pessoal meu e do Presidente. Nossa idéia era iniciá-lo agora em fevereiro, mas isso não foi possível devido ao atraso no fechamento contábil do exercício anterior, decorrente de razões estranhas à nossa vontade. Na esteira, informo que os procedimentos contábeis relativos ao ano de 2009 deverão estar concluídos até 30/03/2010, quando então serão amplamente divulgados, possibilitando inclusive a realização de auditoria já requerida pela Seccional Pará junto ao Conselho Federal. O relatório desta auditoria, por óbvio, também será objeto de divulgação na internet e no jornal da entidade. Atenciosamente, Albano H. Martins Jr. - Diretor Tesoureiro OAB/PA 2010/2012

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  10. Concordo em parte com o comentário ácido acima do anonimo de ontem das 9:26. Tem cada advogado que dá medo na gente, pobres cidadãos comuns, assim como tb juízes e promotores. Mas tb tem juiz trabalhador, sério e comprometido, assim como promotores e advogados, convenhamos.
    A OAB tem que defender a cidadania sim, claro! Mas com tempero e bom senso. Essa atitude panfletária e desequilibrada não faz bem pra ninguém e beira ao desrespeito às demais instituições.
    Já vi várias manifestações da OAB, algumas muito contundentes, como foi o caso da crítica do à política de segurança pública publicada em jornal de grande circulação no estado e também contra a postura do governo, da juíza e do MPE no caso da adolescente presa com homens no município de Abaeté. Nessas duas oportunidades, apenas para exemplificar, não lembro de manifestação policialesca, panfletária ou desrespeitosa como agora.
    É uma pena que essa diretoria esteja metendo os pés pelas mãos, esquecendo que faz parte do tripé da justiça, juntamente com os juízes e promotores.
    Na realidade, a diretoria da seccional tem que descer do palanque, sob pena de perder o respeito sa sociedade.

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  11. É verdade, falta de respeito na forma. Acontece q tão querendo mostrar trabalho e o fazem de forma açodada. Não precisa isso.
    E as ações judiciais prometidas pela associação dos juízes? Vão ficar engessados se defendendo e deixando o trabalho institucional de lado, é isso que vai acontecer.
    Infim, autoridade e poder não é pra quem quer, é pra quem pode e infelizmente se confere poder para quem quer...
    Vamos, de camarote, assistir aos próximos rounds rsrsrsrs

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