“Bandido no bom sentido”

Charles Guerreiro, o novo técnico do Paysandu que estreou com vitória por 6 a 1 sobre o Pedreira, tem uma elogiável trajetória no futebol brasileiro e paraense. Passou por Remo, Paysandu, Flamengo e chegou até a Seleção Brasileira.
Mas Charles também vai entrar para a História do futebol paraense com aquele que, talvez por ter dito o que não devia dizer, depois se desdisse todo, mas tentou fazê-lo da forma mais risível - para não dizer ridícula - possível.
No dia 12 deste mês, portanto antes de ser escolhido para substituir Edson Boaro no comando técnico do Paysandu, Charles foi ao programa “Bola na Mesa” e lá abriu o verbo contra o zagueiro Altair, acusado de ter-se conduzido de forma antiprofissional na partida em que o Papão perdeu para o Remo por 2 a 0.
Pois no programa o técnico travou o seguinte diálogo com o radialista Toninho Silva:

Toninho Silva:
Charles, o Altair foi...

Charles Guerreiro:
... Meu jogador no Remo.

Toninho Silva:
E aí, teve algum problema com você?

Charles Guerreiro:
O Altair? Aquilo é um bandido... Altair não pode jogar futebol, não. Tem que jogar é pelada.

Este diálogo, reitere-se, foi no dia 12. No dia 20, Charles Guerreiro aceitou o convite do Paysandu para o ser o novo treinador. No primeiro encontro com jornalistas, lembraram a Charles Guerreiro suas declarações na Liberal AM. E o técnico saiu-se assim:
“Quando disse que o Altair era um bandido, foi no contexto do futebol. Disse isso porque na minha opinião um jogador, principalmente zagueiro, tem que ser bandido mesmo. Tem que lutar em campo, brigar pela bola e pelo time. E isso o Altair faz. Ou seja, é um bandido no bom sentido.”
“Bandido no bom sentido?”. É isso mesmo: Charles Guerreiro o disse. Quem quiser o que o entenda.
Aliás, quem sabe Charles não teria mais futuro como porta-voz de governos que produzem escândalos a cada dia? Já imaginaram o quanto ele não se sairia bem justificam o banditismo como “bandidagens no bom sentido”.
Grande Charles. Nada melhor do que um dia, ou melhor, um dito atrás do outro para que se conheça sua percepção sobre o que seja o banditismo – no futebol e fora dele.