Kit escolar: cola especial é um argumento que não cola

O presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado do Pará (Sigepa), Carlos Jorge da Silva Lima, reagiu num misto de indignação e descrença diante do argumento de que uma cola especial – uma tal cola PUR – é que teria determinado a preferência da Double M em contratar a Gráfica Santa Marta, com sede em João Pessoa (PB), para confeccionar cerca de 1,2 milhão de agendas que constam do kit escolar que vem sendo distribuído pelo governo do Estado.
Esse argumento da cola especial é um argumento que não cola, conforme o blog – veja o item 4 desta postagem - destacou na última quarta-feira, ao comentar o contra-ataque desfechado pela bancada do PT na Assembléia Legislativa. Um contra-ataque que, convenhamos, acabou muito parecido com notas que mais se parecem com confissões de culpa, como as emitidas pela Seduc (veja aqui e aqui).
“Essa história de que a cola PUR seria a única indicada para essas agendas não faz o menor sentido, não tem o menor cabimento. Há uma cola chamada Hot Melt que é igualzinha à cola PUR. E todas as gráficas de Belém estão perfeitamente em condições de confeccionar essas agendas”, disse Carlos Jorge em contato com o blog, por telefone.
O presidente do Sigepa lamentou mais uma vez que o governo do Estado - contrariamente ao discurso de um governo como o do PT, que prega a geração de emprego e renda - tenha optado por uma gráfica de outro Estado, no caso a Paraíba, para confeccionar as agendas que fazem parte do kit.
As gráficas locais, sustenta o empresário e sindicalista, estão plenamente capacitadas tecnicamente para produzir agendas como as que integram os kits escolares do governo do Estado e, além disso, estão com grande capacidade ociosa, o que lhes permitira tranquilamente atender à demanda de 1,2 milhão de agendas.