terça-feira, 14 de maio de 2024

Wladimir Costa entrega-se à PF e vai voltar para o Presídio de Americano



O ex-deputado federal Wladimir Costa está de novo na cadeia.
Há cerca de 1 hora, entregou-se à Polícia Federal e, neste momento, está na carceiragem. Mas, a qualquer momento, deverá ser transferido para o Presídio de Americano, de onde saiu no dia 25 de abril passado, amparado em habeas corpus concedido de forma monocrátida (individual) pelo desembargador do TRE José Maria Teixeira do Rosário.
Mas, como informou há pouco o Portal Ver-o-Fato, nesta terça-feira (14) o TRE derrubou o habeas-corpus por maioria de votos, acolhendo o argumento de que não caberia ao Tribunal julgar o HC sem que antes a juíza eleitoral, que mandou prender Wlad, tivesse analisado o mérito da prisão preventiva.
Wladimir foi preso pela PF na manhã do dia 18 de abril, por ordem da Justiça Eleitoral, sob acusação da prática de crimes eleitorais que tiveram como vítima a deputada Renilce Nicodemos (MDB-PA).
O enquadramento do ex-parlamentar se deu pelos três crimes abaixo:

O primeiro: Lei 4.737 (Código Eleitoral), artigo 326-B, que diz o seguinte:
Art. 326-B. Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo.

O segundo: Lei 4.737 (Código Eleitoral), artigo 327-V, que diz o seguinte:
Art. 327. As penas cominadas nos arts. 324, 325 e 326 aumentam-se de 1/3 (um terço) até metade, se qualquer dos crimes é cometido:
(...)
V - por meio da internet ou de rede social ou com transmissão em tempo real.

O terceiro: Lei 4.737 (Código Penal), artigo 327-V, que diz o seguinte:
Art. 359-P. Restringir, impedir ou dificultar, com emprego de violência física, sexual ou psicológica, o exercício de direitos políticos a qualquer pessoa em razão de seu sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

quinta-feira, 2 de maio de 2024

Assembeia Paraense anuncia o cancelamento da locação de seu espaço a Bolsonaro. E apresenta uma justificativa que nem bolsonarista acredita.



Confirmando o que antecipou o Espaço Aberto com exclusividade, em matéria divulgada no final da manhã desta quarta-feira (01), a Assembleia Paraense anunciou há pouco o cancelamento da locação de seus espaços para um evento que reuniria na terça-feira da próxima semana, 7 de maio, o ex-presidente Jair Bolsonaro, sua mulher e aliados bolsonaristas.

Em nota (veja acima), a diretoria do clube afirma que, muito embora a locação do espaço para os bolsonaristas tenha sido formalizada de acordo com dispositivos estatutários, o cancelamento decorreu de "fato superveniente", ou seja, de fato ocorrido depois da assinatura do contrato.

O "fato superveniente" a que se refere a nota é que a esperada presença de uma grande quantidade de pessoas ao evento foi "muito maior do que a estimada nas tratativas para a assinatura do contrato, o que poderia colocar em risco a segurança dos nossos associados e do nosso patrimônio".

Não acreditem nisso.

A justificativa apresentada pela AP para cancelar o contrato não é crível nem pelo, digamos assim, menos esclarecido bolsonarista - se é que temos bolsonaristas esclarecidos, por óbvio.

A grande realidade dos fatos, como diria o filósofo da desistências, José Luís Datena, é que, conforme abordado na postagem aqui intitulada Assembleia Paraense recebe Bolsonaro e fascistas. Viu, MST? Habilite-se também a fazer manifetação nos salões da AP., faltou bom senso à diretoria do Assembleia Paraense para recusar, de plano, a proposta que recebeu para locar seus espaços para um evento escancaradamente de natureza político-partidária. E somente agora, após a enorme repercussão negativa, para não dizer o grande clamor de revolta que a cessão do espaço deflagrou entre boa parte do corpo associativo, é que o bom senso, enfim, deu o ar de sua graça.

Abstraindo-se toda a subjetividade abrigada no artigo 123 do Estatuto Social, segundo o qual “os órgãos dirigentes não adotarão qualquer atitude de proselitismo político-partidário ou religioso, reprimindo qualquer iniciativa neste sentido”, a diretoria da AP deveria, desde o primeiro momento, ter-se orientado pelo bom senso para negar seus espaços, partindo do princípio de que cedê-lo para os bolsonaristas estaria abrindo um precedente perigoso para cedê-lo a lulistas, nazistas e outros tantos istas que se apresentem por aí.

Foi apenas isso.

O resto, como dito, é conversa para boi dormir.

Ou, se quiserem, para bolsonarista dormir.

Simples assim.

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Assembeia Paraense volta atrás e decide cancelar cessão de seus espaços para ato bolsonarista

A Assembleia Paraense deve divulgar, nas próximas horas, uma nota informando que decidiu cancelar a locação de seus espaços para um evento que reuniria na terça-feira da próxima semana, 7 de maio, o ex-presidente Jair Bolsonaro, sua mulher e aliados bolsonaristas.

A informação, transmitida há pouco para o Espaço Aberto, com exclusividade, dá conta de que a decisão de cancelar a cessão dos salões do clube para o ato bolsonarista foi tomada numa reunião da diretoria na noite desta segunda-feira (30/04), após a grande e negativa repercussão do tema, sobretudo nas redes sociais e grupos de WhatsApp.

Para mais informações, leia a postagem do blog intitulada Assembleia Paraense recebe Bolsonaro e fascistas. Viu, MST? Habilite-se também a fazer manifetação nos salões da AP.

Assembleia Paraense recebe Bolsonaro e fascistas. Viu, MST? Habilite-se também a fazer manifetação nos salões da AP.

Convite para o evento de bolsonaristas fascistas na aristocrática AP. E o MST, gente,
quando terá espaço para bradar contra a concentração do latifúndio? Hein?

Se você aí sempre teve um sonho de ser sócio da Assembleia Paraense, fique ligado numa promoção que se aproxima.
Ao que se diz, muitos sócios do dito mais aristocrático clube de Belém estão dispostos a passar em frente seus títulos de sócio-proprietário.
Eu, por aqui, estou me habilitando a adquirir um. Aceito por qualquer 2 mil contos. Pagarei em dez vezes, sem juros. Os interessados em se desfazer desse notável patrimônio podem me procurar, que a gente negocia.
A esperada promoção de venda de títulos da Assembleia Paraense é decorrente da indignação que está tomando conta de boa parte dos assembleianos - é assim que a chama a comunidade da AP? - diante da cessão, pelo clube, de seu salão para uma tertúlia, digamos assim, de Bolsonaro, sua mulher e aliados bolsonaristas - fascistas e golpistas. A manifestação está marcada para o dia 7 de maio.
A indignação entre muitos sócios é tão grande, segundo informa o portal Uruá-Tapera, da jornalista Franssinete Florenzano, que muitos já estão falando em vender seus títulos e boicotar até os shows musicais que ocorrem por lá.

Uma afronta afrontosa

Em que se ampara a indignação? Na afronta afrontosa a dispositivo do Estatuto Social do clube (veja aqui a íntegra).
O artigo 123, que integra as disposições do Título VI, é de uma clareza solar. Tão claro que até bolsonarista fascista é capaz de entender.
Diz o artigo: “Os órgãos dirigentes não adotarão qualquer atitude de proselitismo político-partidário ou religioso, reprimindo qualquer iniciativa neste sentido.”
Diante dessa afronta afrontosa ao regramento estatutário, o que fazem alguns diretores da Assembleia Paraense?
Dizem que o clube é democrático e, além disso, tem como prática antiga ceder seus espaços para eventos de natureza política, empresarial, casamentos, festas de 15 anos e outros regabofes. Mas, no caso da tertúlia fascista dos bolsonaristas, esses mesmo diretores reconhecem, humildemente compungidos: há quem goste e há quem não goste. Isso faz parte do jogo.

Tem espaço para o MST?

Então, tá!
Proponham-se duas questões singelas, singelíssimas, para os diretores bolsonaristas da AP que estão se escorando nessas justificativas:
Primeira questão: em que situação se aplicaria, concretamente, o artigo 123 para vedar a cessão do espaço a uma manifestação política nos recintos do clube? Outra coisa: se o ato bolsonarista não é proselitismo político-partidário, então em que situação concreta teríamos configurado o proselitismo político-partidário em dose suficiente para justificar a aplicação do dispositivo estatuário citado?
Segunda questão: considerando-se a prática tradicional de a Assembleia Paraense ceder seus espaços para eventos de várias naturezas - inclusive manifestações políticas -, o aguerrido Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) também pode se habilitar para fazer, na aristocrática e democrática Assembleia Paraense, uma ordeira e pacífica manifestação de protesto contra os latifundários paraenses?

Cinismo fascista

A justificativa de diretores da AP para a cessão do espaço a bolsonaristas fascistas, com base nas práticas comerciais antigas do clube, é de um cinismo atroz. Aliás, um cinismo típico de bolsonarista fascista, quando se orienta dentro de sua realidades paralelas.
E por que é uma justificativa carregada de cinismos bolsonarista?
Porque, independentemente de aplicar-se ou não o dispositivo estatuário, qualquer cessão do espaço está subrodinado, queremos crer, à adoção de critérios - inclusive, admita-se, os critérios subjetivos, que também comportam predisposições ideológicas.
Assim, se um grupo nazista, notoriamente nazista, tentasse alugar os espaços da AP para uma manifestação nazista, a Assembleia não cederia seus espaços. Cederia?
Sabe-se lá se não cederia mesmo.
Depois de escancarar suas portas ao bolsonarismo fascista, a Assembleia abre um precedente que poderá levá-la a escancarar-se com deleite para quem pagar.
De qualquer forma, aguardemos o resultado de uma reunião que está marcada para hoje à noite, convocada extraordinariamente para discutir-se a questão.
Caso a cessão do salão da AP seja mantida e os sócios irresignados resolvam leiloar seus títulos, a proposta feita inicialmente continua de pé: compro qualquer título de assembleiano por até 2 mil contos, dividido em dez parcelas.
Procurem-me!
Não se esqueçam de mim!