quinta-feira, 7 de março de 2024

Helder bate o martelo. E Igor Normando deve ser o candidato do MDB a prefeito de Belém.



Essa sutil publicação - mas nem tanto assim - do governador Helder Barbalho em seu perfil no Instagram, nesta quinta-feira (07), oferece indícios claros de que o MDB, partido do chefe do Executivo, não apenas terá candidato nas eleições para prefeito de Belém, em outubro deste ano, como também o candidato já está escolhido.
Com o anúncio da filiação do deputado estadual licenciado e atual secretário de Estado de Articulação da Cidadania, Igor Normando (Podemos), ao MDB, no próximo dia 15 de março (e 15, não por acaso, é o número do registro eleitoral da legenda), Helder praticamente antecipa que já bateu o martelo em favor de uma solução, digamos assim, caseira - ou familiar, se preferirem - relativa à participação do partido nas eleições para prefeito.
É que Normando, como se sabe, é primo do governador. Nessa condição, e ainda que possa não ter, no momento, cacife eleitoral suficiente para aspirar à Prefeitura de Belém, detém maior confiança da família Barbalho. Maior confiança até do que o presidente municipal do MDB, deputado federal José Priante, que também é primo de Helder, mas já tem mais experiência política, é muito conhecido na Capital (porque já disputou, e perdeu, três eleições para prefeito, em 2008, 2012 e 2020) e teria, por tudo isso, mais independência política, se é possível, claro, alguém ter alguma independência política no MDB dos Barbalhos.
Por falar em Priante, o deputado já antecipara em declarações ao Globo, em meados de fevereiro, que o MDB terá mesmo candidato a prefeito de Belém, até porque, na avaliação do parlamentar, o governo Edmilson Rodrigues está entre os piores que a Capital já teve. "Edmilson é um desastre total, completamente desarticulado, sem capacidade de entrega alguma. Tem zero chance de ser reeleito", resumiu o deputado.

A alternativa bolsonarista
Independentemente do grau de entusiasmo demonstrado por Helder em favor da candidatura de Priante nas eleições passadas, quando sempre esteve claro que a candidatura Edmilson teria (como de fato teve) o entusiasmadíssimo apoio do MDB no segundo turno, desta vez o governador terá de jogar todas as suas fichas para eleger Normando.
Fora dessa alternativa, caberia apostar no desconhecido. E o desconhecido, nas atuais circunstâncias, é o fôlego eleitoral de Edmilson, o pior avaliado entre os prefeitos de capitais em todo o País e cuja gestão é alvo de críticas permanentes e contundentes em todos os segmentos políticos, inclusive no seio do próprio partido do prefeito, o PSOL.
Ter um novo prefeito aliado - ainda que seja, na mais insondável das hipóteses, um Edmilson reeleito - é fundamental para Helder, tendo em vista que Belém será sede da COP30, em 2025. Por isso, um bolsonarista (Éder Mauro? Eguchi?) no Palácio Antônio Lemos seria o pior dos mundos para Helder e mesmo para o governo Lula, que bancou a escolha de Belém par sediar o evento.
Enfim, as pedras do tabuleiro eleitoral começaram a ser mexidas. Saber os efeitos, as repercussões e as consequências de cada mexida só será possível quando as mexidas forem, concretamente, feitas. Como esta agora, que Helder está fazendo.

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