domingo, 31 de dezembro de 2023
Laerte assina ilustração de uma obra de arte. Que pode até ser um calendário! Salve, 2024!
sexta-feira, 29 de dezembro de 2023
Helder é acusado de interferir na disputa pela presidência da CBF com ameaças que incluiriam até demissão
sábado, 23 de dezembro de 2023
Jari não responde quando vai pagar salários atrasados e revolta ainda mais os trabalhadores, que ameaçam pedir a falência da empresa
A resposta da direção da Jari Celulose (veja trecho acima) a um ofício em que seus empregados ameaçam pedir a falência da empresa, caso não recebam três meses de salários atrasados - conforme revelado com exclusividade pelo Espaço Aberto -, ampliou a insatisfação entre a classe trabalhadora.
Além de não responder objetivamente se vai pagar os atrasados e qual o prazo para isso, a Jari propõe ao Sintracel (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Papel, Celulose, Pasta de Madeira para Papel, Papelão e Cortiça dos Estados do Pará e Amapá), que representa os trabalhadores, "a construção de um programa de dação das casas, ora ocupadas por colaboradores da empresa, em pagamento de parte ou da totalidade dos créditos detidos pelos trabalhadores contra a companhia".
Sobre a ameaça dos empregados de pedir a falência, a companhia faz um alerta explícito. "Uma eventual falência da Jari seria um evento catastrófico em que o maior prejudicado seria o trabalhador. Um estudo publicado no início de 2023, analisando mais de 6 mil casos de falência de empresas no Brasil, revelou que em média uma falência leva 16 anos para ser concluída. Do valor total da dívida dessas empresas analisadas (folha de pagamento, fornecedores, empréstimos bancários, impostos, etc) apenas 6% são recuperados. Ou seja, se um funcionário tem R$ 1.000,00 para receber, ele conseguirá receber apenas R$ 60,00 e ao final de 16 anos!"
A Jari argumenta ainda que até o momento já teria desembolsado aproximadamente R$ 42 milhões de verbas trabalhistas para os colaboradores diretos representados pelo Sintracel e R$ 9,5 milhões de verbas trabalhistas para os empregados terceirizados representados pelo Sintracomvaj (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil Leve e Pesada e do Mobiliário dos Municípios de Almeirim e Afuá-PA e Laranjal do Jari-AP).
"Praticamente, [a resposta] nada tem a ver com o que queremos. Queremos o pagamento. Queremos receber o que a empresa não pagou. Onde ela fala que aplicou R$ 42 milhões, ela aplicou na fábrica, não foi em pagamento pra nós. Se ela tivesse aplicado R$ 42 milhões em pagamento pra trabalhador, a gente não estava na situação em que estamos", reagiu, num áudio, o presidente do Sintracel, Ivanildo Quaresma Uchôa.
Sobre a proposta de dação de casas, ela também rechaça a proposta. "Queremos receber o nosso. Queremos saber quando vamos receber", reforça o presidente do sindicato, que classifica a manifestação da Jari como "um monte de conversa pra encher linguiça, pra enganar os trabalhadores. E eu detesto negociar com pessoas que não usam da franqueza. [...] Infelizmente, a gente lida com pessoas que não têm sentimento, não veem o que estamos passando. Estão lá em São Paulo, não cruzam com a gente em mercado, em canto nenhum. Pra eles, é muito fácil dizer qualquer coisa, mas estão na boa. E nós estamos ferrados, passamos por necessidades e ainda temos que ler esse monte de bobagens".
Recuperação judicial - A empresa, que produz celulose para papel desde a década de 1970 e tem sede em Monte Dourado, na divisa do Pará com o Amapá, entrou em recuperação judicial em 2020, quando sua dívida total beirava os R$ 2 bilhões, e chegou a ficar um ano parada, mas retomou suas atividades em agosto deste ano, com mais de 300 trabalhadores, que foram convocados para voltar. Composto por 25 empresas, a maioria delas estabelecidas sendo em Barueri (SP), o Grupo Jari tem como sua principal empresa a Jari Celulose, responsável por 98% de todo o faturamento do conglomerado.
No ofício endereçado à Jari no dia 21 de dezembro, o Sintrancel afirm que "todos os trabalhadores fizeram a sua parte, comprometidos em trabalhar sem receber os pagamentos atrasados. Mesmo assim, a empresa não tem o mínimo de respeito à classe trabalhadora. Na última reunião que tivemos, o assunto mais enfatizado foi a falta de informações aos trabalhadores".
"Case a empresa não comunique aos trabalhadores em que pé andam as negociações e a expectativa de pagamentos, vamos aderir o movimento de pedido de falência e movimento para ninguém trabalhar se não receber o que está atrasado. Como diz o ditado papular no futebol, perdido por 1 perdido por 10", reforça o presidente do sindidato.
quinta-feira, 21 de dezembro de 2023
Sem receber há três meses, trabalhadores da Jari Celulose ameaçam pedir a falência da empresa
domingo, 17 de dezembro de 2023
PF intima direção da OAB-PA a apresentar cadernos de votação das últimas eleições
Por determinação da Justiça Federal, a Polícia Federal vai investigar a suspeita de falsificação de assinaturas de advogados nesses cadernos de votação. O inquérito, instaurado no dia 13 de dezembro passado, é presidido pelo delegado José Eloisio dos Santos Neto (veja na imagem acima).
Em ação que tramita na 5ª Vara da Justiça Federal, o advogado Sávio Barreto acusa o presidente da OAB-PA, Eduardo Imbiriba, de comandar um esquema de fraudes para beneficiar sua candidatura à presidência, no pleito de 2021. O crime estaria comprovado nos cadernos de votação. Em perícia juntada aos autos, Barreto sustenta que dezenas de assinaturas constantes nos cadernos não correspondem às assinaturas reais dos advogados.
A apuração dos votos no Estado do Pará foi a mais demorada e tumultuada de todo o país. O principal motivo da demora da apuração foi justamente o atraso no envio da documentação por parte da subseções do interior do Estado, bem como as inconsistências detectadas após o envio das mesmas.
É mais um capítulo da batalha judicial envolvendo Barreto e Imbiriba, que poderá resultar até no afastamento do presidente da OAB-PA, se for acolhido o pedido de indeferimento da chapa vencedora ou anuladas as eleições de 2021. Com esse propósito, o advogado Sávio Barreto apresentou 11 fatos comprobatórios de fraudes e outras ilegalidades, entre as quais está a denúncia de falsificação de assinaturas.