O Globo radiografa as milícias: uma aula de jornalismo. Que todo estudante de jornalismo deveria ler. Como também o governador Cláudio Castro. |
No dia em que as milícias queimaram 35 ônibus e um trem e subjugaram meio-Rio, Cláudio Castro, o governador do estado, apareceu com pompa e circunstância. Disse o seguinte: "O crime organizado que não ouse desafiar o poder do Estado".
Bingo!
Naquele dia, a última segunda-feira, 23 de agosto, o crime organizado já estava desafiando o poder do Estado. Já estava desafiando o governo Cláudio Castro. Mais do que desafiando, a milícia estava humilhando a tudo e a todos.
Por quê?
Porque o governo Cláudio Castro é um caso de polícia.
Seu secretário de Polícia Civil, recentemente nomeado, é um caso de polícia.
Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, Marcus Amim já foi condecorado por um deputado que tem ligações com milicianos no Rio. Trata-se do deputado estadual Márcio Canella (União), que lhe concedeu a medalha Tiradentes.
As milícias não nasceram, é claro, no governo Cláudio Castro. Começaram a fincar seus tentáculos há cerca de duas décadas. Mas, sem dúvida, o "poder do Estado" nunca foi tão fraco para contê-las.
O jornal O Globo começou a publicar, desde ontem, uma séria de reportagens que traçam uma radiografia assustadora dessas organizações criminosas.
É jornalismo puro. Na veia.
Todo estudante de jornalismo deveria ler, para jamais render-se aos releases e aos discursos oficiais. Como também Cláudio Castro deveria esmiuçá-las. Para saber que, de fato, um Estado, o das milícias, está triunfando sobre um outro Estado, aquele formal, que o governador imagina representar.
Lendo as reportagens de O Globo, somos condenados, infelizmente, a nutrir a fortíssima sensação de que o Rio, definitivamente, mexicanizou-se (não sei se já li essa expressão por aí, nos últimos dias. Se li, é isto mesmo: mexicanizou-se).
As milícias não poupam ninguém. E, evidentemente, castigam, espezinham, praticam uma crueldade tamanha sobretudo contra os trabalhadores mais pobres, que precisam fazer biscates para sobreviver.
Todos precisam pagar taxas mensais por uma proteção que não existe e nunca existirá.
Pois vocês sabem os flanelinhas? São extorquidos pelos milicianos.
Os vendedores de bombons nos cruzamentos? Também.
Os mototaxistas? Idem.
Motoristas de táxi com pontos nas áreas dominadas pelas organizações milicianas? Eles, inclusive.
Pequenas empreendedoras, bravas mulheres que trabalham em salões de beleza? Sim, elas também.
Um horror, meus caros.
Um horror.
O Rio está refém das mílicias, de um lado, e dos traficantes, do outro.
Com Cláudio Castro, o durão, pelo meio.
O Rio refém de milicianos e traficantes e o Brasil refém do pt e militantes Pró-Hamas, que é igual ou tão ruim quanto os dois grupos citados acima.
ResponderExcluir