segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Apontado como "o maior desmatador da Amazônia", Pará é tema de reportagem da "Folha"

Matéria de página quase inteira, publicada na edição desta segunda (23), da Folha de S.Paulo, destaca os índices de desmatamento há 16 anos consecutivos no Estado do Pará, que o jornal, já no título, classifica de "o maior desmatador da Amazônia".
"Só entre agosto de 2021 e julho de 2022, foram desmatados mais de 4.141 km² do bioma no estado. A queda de quase 21% em relação ao pico do ano anterior (5.238 mil km², o maior número desde 2008) não é algo tão surpreendente, dizem pesquisadores, já que mesmo para os desmatadores é caro manter níveis tão altos de destruição", diz a abertura da reportagem.
Entre os especialistas ouvidos, o diretor de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), Eugênio Pantoja, lembra que "grande parte do desmatamento no Pará ocorre dentro de áreas públicas federais", destacando que cerca de 70% da área do estado estão sob domínio da União.
Em âmbito local, Pantoja considera que houve avanços em políticas nos últimos anos, que ajudaram a reduzir a devastação - como a criação da Força Estadual de Combate ao Desmatamento e o programa Amazônia Agora, voltado ao desenvolvimento sustentável da região.
A versão impressa da matéria não traz o posicionamento da Semas (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade), que se manifestou apenas após a publicação. De acordo com nota divulgada somente na reportagem disponível no portal da Folha, a Semas afirma que o Estado "nunca negou os desafios em relação ao combate ao desmatamento ou se omitiu da responsabilidade em combater os ilícitos ambientais" e que o maior adensamento demográfico da região precisa ser levado em conta.
O órgão cita ainda iniciativas implementadas localmente, como a Política Estadual de Mudanças Climáticas, o Plano Estadual de Bioeconomia, e o Selo Verde, de rastreabilidade da produção pecuária. "Por isso, o Pará e o Brasil acreditam que Belém seja a melhor escolha para sediar a COP 30, pois o debate deve ocorrer no local onde o tema [das] mudanças climáticas necessita de maior atenção e cuidado, que é a Amazônia".

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