Os candidatos reunidos no debate da Globo: conteúdo aquém do esperado pelos eleitores |
Nas últimas três semanas, fiz uma pausa aqui no blog pra recarregar as baterias.
Ontem à noite, eu me encontrava a bordo de um voo com duração de 11 horas, daí não ter sido possível assistir ao debate na Globo, o último que antecedeu as eleições de domingo.
Apenas hoje, lendo jornais e análises em vários sites, além de ter visto os, digamos assim, melhores momentos é que pude formar um juízo sobre o que se passou.
E por tudo o que vi e ouvi, o que se passou foi o mais do mesmo, em relação ao primeiro debate na Band - aquele, vale dizer, que não chegou a contar com a participação desse histriônico, caricato e ridículo Padre Kelmon.
Mas é inegável que Lula foi muito mais assertivo e incisivo em relação ao Bolsonaro do que no debate anterior.
O presidente, de seu lado, exibiu-se na plenitude de suas baixezas - verbais, inclusive.
Ciro, com a faca na ponta da língua - e da alma - acabou apagado.
Felipe D'Avila exibiu-se com aquele ar professoral, fazendo alguns discursos ao gosto do bolsonarismo.
As duas candidatas, Simone Tebet e Soraya Thronicke, a meu ver, voltaram a se destacar, como também aconteceu na Band.
E por último, mas não menos importante, Kelmon foi aquele palhaço do qual todos podemos rir em algum momento, mas no final nos damos conta de que as palhaçadas não eram brincadeiras, não. E não podem ser tomadas como brincadeiras as histrionices de um impostor que está, desbragadamente e escandalosamente, a serviço de um sujeito pernicioso como Bolsonaro.
A questão que se coloca é: o debate tem potencial para alterar as projeções eleitorais que vários institutos de pesquisa têm feito até aqui?
Não tem. Evidentemente que não.
Nem as palhaçadas de Kelmon, nem o descontrole de Lula ao dirigir-se a ele, através de um direito de resposta, nem as vilanias e mentiras de Bolsonaro, nada disso haverá de alterar o quadro eleitoral.
Mas um debate como o de ontem, na emissora de maior audiência do País, deixa a certeza de que as eleições de domingo serão vitais para garantir a estabilidade democrática, como nunca dantes, desde a redemocratização do Brasil.