segunda-feira, 25 de abril de 2022

Associação indígena pede abertura de inquérito para apurar confronto que envolveu policiais militares no município de Acará

 


A Associação Indígena Tembé de Tomé-Açu Destarte pediu à Promotoria Militar do MP do Pará a instauração de inquérito para identificar "os policiais participantes do serviço de milícia assim como as autoridades policiais (comandantes que possam estar concorrendo para as praticas delituosas)" que na última quinta-feira, feriado de Tiradentes, estiveram envolvidos em mais um confronto entre a multinacional BBF - Brasil BioFuels e quilombolas e ribeirinhos no município de Acará.

Na representação encaminhada à Promotoria Militar, o advogado Ismael Moraes, que representa a Associação, relata que a empresa reagiu com violenta retaliação "e aproveitou o clima criado por notícias falsas para fechar todas os caminhos, estradas e ramais do Território Indígena Turé-Mariquita com quase uma dezenas de viaturas e cerca de 30 policiais militares da Rotam, supostamente do município de Abaetetuba, fortemente armados."

Lider caçado - Sem mandado judicial e sem a participação de autoridade (delegados de Polícia Civil) ou agentes (escrivães e investigadores) da Polícia Judiciária (Polícia Civil), o que se viu a partir daí, de acordo com o advogado, "foram atividades de verdadeiros grupos milicianos, que estavam 'à caça' do líder indígena Paretê Tembé, que personifica a resistência do povo indígena Tembé à ocupação do território dessa etnia pela multinacional."

Os milicianos da Rotam, continua a representação, fizeram barreiras clandestinas e revistaram todos os carros e todos os indígenas buscando encontrar Paretê, juntamente com outros milicianos empregados da empresa. Também atacaram a indígena Maíra Tembé, e um dos empregados da BBF sugeriu aos milicianos da Rotam para “queimarem-na viva”. Até sábado, os policiais, "executando o serviço de milícia, ainda se encontravam em Tomé-Açu", reforça o advogado.

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