domingo, 5 de setembro de 2021

Jornal inclui Helder como "genérico" sobre punições a PMs. Mas o Comando Geral da corporação e o MP Militar são mais explícitos.


Em sua edição deste sábado (4), o jornal O Globo inclui o governador do Pará, Helder Barbalho, entre os executivos estaduais que estariam adotando, digamos assim, uma posição genérica em relação aos procedimentos disciplinares que poderão ser adotados em relação a policiais militares que participarem dos atos bolsonaristas de 7 de Setembro. Vejam, acima, o infográfico que ilustra a reportagem e, ao lado, o detalhe da resposta de Helder.
Em levantamento nacional, o jornal apurou que oito governos estaduais vão punir oficiais e praças que participarem das manifestações, dois disseram que os PMs poderão aderir, mas sem farda, dez (entre os quais Helder) não deixam claro quais serão suas condutas e sete não responderam aos questionamentos.
Essa é a situação que cai como uma luva para se aplicar aquela velha máxima, segundo a qual uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
No caso de Helder, ou o governador resolveu, realmente, usar uma linguagem enviesada para despistar sobre o alcance da punição aos PMs que se aventurarem em participar dos atos ou o jornal concluiu seu levantamento antes do dia 2 de setembro, quando o Boletim Geral da PM publicou determinação do comandante geral, coronel Dilson Jr., colocando a tropa de prontidão em todo o estado, o que reforça, assim, a convicção de que as transgressões serão severamente punidas.
Além da determinação do Comando Geral, a clara decisão de punir os transgressores está explícita nas contundentes, públicas e frequentes manifestações do Ministério Público Militar, reiterando que não hesitará em pedir a prisão preventiva de qualquer oficial ou praça que for às ruas em defesa do governo Bolsonaro no dia 7 de Setembro.
Ao preferir uma resposta uma pouca mais dúbia, destoante do sentido punitivo que sobressaem com clareza da determinação do Comando Geral e das manifestações do MP Militar, Helder pode também estar tentando não estimular ainda mais ressentimentos e insatisfações entre os segmentos que, propensos a engrossar o coro em favor de Bolsonaro, agora se veem frustrados de fazê-lo, por força das pressões em contrário do Comando Geral e do Ministério Público Militar.

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