quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Oito de dezembro deveria ser registrado como o Dia da Dignidade no Futebol

Demba Ba protesta diante do árbitro após fala racista que fez o PSG
e o Istanbul Basaksehir abandonarem partida válida pela Champions League

O dia 8 de dezembro deveria passar para a história como o Dia da Dignidade no Futebol. Ou algo parecido.

Vocês se lembram quando as times que disputam a NBA negaram-se a entrar em quadra quando ocorreu o assassinato de George Floyd por motivações claramente racistas?

Pois é.

Aquilo foi uma revolução.

Nunca se vira coisa idêntica: uma manifestação política conjunta e articulada de atletas contra ignóbeis atos racistas.

Pois o que aconteceu nesta terça (08), em Paris, foi o equivalente ao que aconteceu na NBA.

Paris Saint-Germain e Istanbul Basaksehir disputavam partida válida pela Champions League quando resolveram abandonar o gramado, aos 14 minutos do primeiro tempo, em protesto contra o que consideraram um ato racista: o auxiliar-técnico do time turco, o camaronês Pierre Webó, acusou o 4º árbitro, Sebastian Coltescu, de tê-lo ofendido com uso de termo racista.

O atacante Demba Ba foi quem liderou o movimento. As câmeras flagraram a reclamação dele com o quarto árbitro. "Você nunca diz 'aquele cara branco'. Então por que quando você fala com um cara negro, você tem que dizer 'aquele cara negro'?", disse.

Revoltados, os atletas da equipe turca conversaram por longo período com o árbitro Ovidiu Hategan e, em seguida, abandonaram o gramado no Parque dos Príncipes. O time do PSG se juntou aos protestos durante todo o tempo e também abandonou o gramado. Depois de muita discussão, o jogo acabou adiado para esta quarta-feira.

A partida foi remarcada para esta quarta (09), com novo quarteto de arbitragem.

É um bálsamo vermos jogadores de futebol posicionando-se firmemente contra essas condutas racistas.

Isso é muito bom.

E nos faz gostar muito mais de futebol.

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