domingo, 28 de junho de 2020

Ânimos em brasa na Lava Jato. Subprocuradora da Para Bellum tem linha direta com Flávio Bolsonaro, diz jornalista.

Os ânimos entre as forças-tarefas da Lava Jato estão em brasa.
Ou em fogo alto, se quiserem.
As disputas, dissensões, desconfianças, divergências e tentativas de reafirmação de autoridade ou autonomia entre segmentos do MPF estão ficando cada vez mais expostas e evidentes, a partir do momento em que se revelou uma tentativa da subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, muito próxima ao procurador-geral, Augusto Aras, de buscar informações sigilosas nos bancos de dados da Lava Jato em Curitiba. Um procedimento sem qualquer justificativa e portanto inusual, segundo objetam procuradores que atuam no Paraná.
Lindôra Araújo, como se sabe, assinou o pedido encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça, e acolhido pelo ministro Francisco Falcão, para a Operação Para Bellum, que a Polícia Federal deflagrou em Belém e São Paulo, em 10 de junho, no âmbito das investigações sobre a compra de 152 respiradores imprestáveis pelo governo do Pará.
Neste domingo (28), o jornal O Globo traz a nota ao lado, publicada na coluna de Lauro Jardim, que revela uma suposta proximidade - e que proximidade - de Lindôra Araújo com Flávio Bolsonaro, o senador Zero Um enrolado até o último fio de cabelo no caso da rachadinha, cujo capítulo mais recente foi a prisão em Atibaia, no interior de São Paulo, de Fabrício Queiroz, o arquivo vivo de todo o escândalo.
Jardim é um dos jornalistas de maior credibilidade do País. Ele ostenta o feito, por exemplo, de ter dado o furo nacional sobre a conversa do Tem que manter isso daí, viu? entre Michel Temer e Joesley Batista, no recesso do Palácio do Jaburu, em maio de 2017.
Se a proximidade da subprocuradora com Flávio Bolsonaro está sendo revelada agora, supõe-se que o seja por fonte segura. Mas não será demais supor que a informação deve ter origem em fontes da Lava Jato com os ânimos em brasa - ou em fogo alto - e ávidas para demonstrar que o procurador-geral Augusto Aras e os que lhe são mais próximos, como Lindôra, estariam de certa forma minando a independência do MPF em decorrência de supostas interferências do governo Bolsonaro.

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