As declarações do procurador do Ministério Público do Pará Ricardo Albuquerque são simplesmente estarrecedoras.
Por isso estão repercutindo nacionalmente.
E também, nacionalmente, confirmam que o
preconceito está entranhado, disseminado, incrustado em todos os setores,
muito embora tanta gente hipócrita exiba-se nas redes sociais, tentando
mostrar-se politicamente correta. Mas ninguém conseguem disfarçar seus
preconceitos.
Numa palestra a estudantes, Albuquerque disse
assim: “Esse problema da escravidão aqui no Brasil foi porque o índio não gosta
de trabalhar, até hoje. O índio preferia morrer do que cavar mina, do que
plantar para os portugueses . O índio preferia morrer. Foi por causa
disso que eles foram buscar pessoas nas tribos na África , para vir
substituir a mão de obra do índio. Isso tem que ficar claro, ora!”.
Espanta que o procurador tenha externado uma
posição francamente racista e preconceituosa?
Não. Porque, repita-se, preconceito e racismo no
Brasil estão fincados em todos os segmentos.
O espantoso é Albuquerque emitir um
posicionamente desse, sendo ele integrante de um órgão que tem o papel
exponencial de defender os direitos da sociedade.
E duplamente espantoso é o fato de que, no
momento, Albuquerquer é, acreditem, ouvidor geral do Ministério Público do
Pará.
Que tal a Ouvidoria Geral do MP do Pará propor a
abertura de um procedimento contra o ouvidor geral?
Albuquerque vai dizer que emitiu uma opinião
pessoal, e não na condição de integrante do MP no exercício das funções de
ouvidor?
Dizer, ele até pode.
Mas ninguém é obrigado a acreditar.
Sobre esse acintoso episódio, leiam abaixo a
nota distribuída pelo Ministério Público:
O
Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) repudia o teor do áudio que circula
nas redes sociais onde constam manifestações do Procurador de Justiça Ricardo
Albuquerque da Silva referentes à questão racial de negros e índios, cujo teor
reflete tão somente a opinião pessoal do referido membro da instituição.
Em
relação a questão racial, o MPPA tem trabalhado para assegurar a implementação
de políticas públicas para garantir às populações negras e indígenas a
efetivação da igualdade de oportunidades.
No
último dia 20 a instituição promoveu evento em alusão ao Dia da Consciência
Negra, que reuniu ONGs e a sociedade civil num debate sobre discriminação
racial e religiosa no Brasil. O órgão também vem implementado políticas
afirmativas no âmbito da própria instituição como, por exemplo, a decisão do
Colégio de Procuradores de Justiça (CPJ), em abril deste ano, de incluir cotas
para estudantes quilombolas e indígenas nas seleções de estagiários de nível
superior realizadas pela instituição.
Nesse
sentido a instituição também tem fiscalizado e cobrado ações afirmativas,
fiscalizando os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela
iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção
da igualdade de oportunidades.
Finalmente, este órgão reafirma não compactuar
com qualquer ato de preconceito ou discriminação a grupos vulneráveis da
sociedade.
A assunção de Bolsonaro empoderou racistas como este procurador. Daria uma boa pesquisa levantar os pareceres desse coisa. Certamente teremos surpresas muito desagradáveis. E também acho um acinte a nota do ministério público(em minúsculas mesmo). Só lero lero. Não concorda com o procurador, abra logo um PAD. Não o fazem. O velho e conveniente espírito de corpo. Hoje, ao contrário de tempos passados, não nutro mais nenhum respeito por essa instituição. Infelizmente.
ResponderExcluirComplementando : e o coiso ainda é o Grande Orelha do ministério publico.
ResponderExcluirEsse senhor racista já era para estar afastado do MP há muito tempo! O lugar dele é na klu klux klan!
ResponderExcluirQuando alguém fala a verdade é crucificado, vejam como sofre o nosso Presidente Jair Messias Bolsonaro. Nesta imprensa estão acostumados no faz de conta e quando tem um que diverge sofre por parte desta imprensa que vivia na onda mamadora.
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