Bolsonaro, vamos e convenhamos, transformou-se
num caso médico.
Literalmente, ele é um caso médico.
Literalmente, é um caso
de interdição, como já o disse o jurista Miguel Reale Jr.
Suas declarações nas últimas semanas o
confirmam.
Vilipendiar a memória de mortos pela ditadura.
Exaltar torturadores.
Disseminar mentiras sobre desaparecidos
políticos, ao negar publicamente documentos oficiais produzidos pelas próprias
Forças Armadas.
Desancar cientistas com reputação de excelência
reconhecida internacionalmente (como os do Inpe, à frente o ex-diretor Ricardo
Galvão).
Recomendar que se
faça cocô um dia sim, outro não, para preservar o meio ambiente.
Insinuar que jornalistas
deveriam estar presos.
Reeditar medida provisória em completa afronta à
Constituição.
Cortar o cabelo, em meio ao expediente, para não
receber embaixador que no mesmo dia se encontrara com entidades ambientalistas.
Tudo isso é Bolsonaro.
Um caso médico, portanto.
Um caso de interdição, portanto.
Mas o grave, gravíssimo são duas coisas.
A primeira: constatar que essa instabilidade –
emocional e mental – do presidente da República está crescendo. Após um
barbaridade, vem uma outra. Sempre maior que a anteriores.
A segunda: constatar que, em outros momentos da
História, em situações idênticas, disseminou-se a ilusão de que projetos de
ditadores, com a aparência de loucos, poderiam ser contidos por instituições e
mecanismos chancelados pela Constituição.
O mais conhecido foi reconhecido foi Hitler,
como atesta essa imagem acima, recuperada e oportunamente mandada para o Espaço Aberto pelo advogado Ismael
Moraes.
“A Constituição o deterá”, bradava, em letras
impressas, o CV-Zeitung em fevereiro de 1933.
Não.
Infelizmente não.
A Constituição não o deteve.
E deu no que deu.
É mais que deprimente o que se vê. Sobretudo quando isso prova que ele é uma bomba no colo dos canalhas que tramaram para elegê-lo e o deixam enfiar m... goela abaixo do povo.
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