Miriam Leitão e Sérgio Abranches: vítimas da intolerância que já atingiu o nível do fanatismo |
Hoje, ainda hoje, no final da manhã, eu
conversava com uma amiga sobre o nível de intolerância a que chegamos no
Brasil.
Assistimos a uma escalada que já ultrapassou, a
rigor, a intolerância.
Atingimos um grau horroroso, tenebroso,
aterrador de fanatismo.
Como vocês sabem, fanáticos não pensam
Eles agem.
Simplesmente agem.
Agem mecanicamente.
Automaticamente.
Roboticamente.
Agem por impulsos.
Como autômatos.
Fanáticos não têm senso crítico.
Fanáticos não questionam.
Fanáticos apenas cumprem certos roteiros mentais que se articulam com
sua própria personalidade, seu próprio caráter e seus próprios valores. Feito
isso, eles, os fanáticos, entregam-se à missão
de cumprir tais roteiros a ferro e fogo, independentemente das consequências.
Por isso é que fanáticos estão permanentemente
afogados, atormentados e agrilhoados a preconceitos – quaisquer sejam.
E são presas de medos horrorosos dos que são
diferentes.
Para fazerem valer o status quo que elegeram como o único ideal para suas vidas e a vida
da comunidade em que se inserem, os fanáticos mostram-se dispostos a tudo.
Inclusive a criar guetos.
Inclusive a criar campos de concentração.
Inclusive a matar – um, dois, cem, milhões.
Esse são os fanáticos – de esquerda ou de direita,
vale dizer.
Quando conversava com a amiga, ainda não tinha
conhecimento de uma exibição perfeita, emblemática de fanatismo.
Trata-se do cancelamento do convite à jornalista Miriam
Leitão e a seu marido, o sociólogo Sérgio Abranches, para
participarem da Feira do Livro de Jaraguá do Sul (SC).
Por que o cancelamento?
Por que uma horda de fanáticos ameaçava a
integridade física da jornalista e do sociólogo.
“A feira, em suas doze edições, sempre foi
marcada por ser um evento plural, que promove o conhecimento por meio da
literatura, teatro, música e artes visuais. Nesses doze anos, já enfrentou
inúmeras dificuldades, da escassez de recursos financeiros até enchentes. Mas
nunca, em toda sua história, a festa foi atacada pela escolha de seus
convidados”, diz a nota oficial da organização que anunciou o cancelamento.
O coordenador geral do evento, João Chiodini,
disse que, além do abaixo-assinado, a organização recebeu mensagens com tom
“inflamado”, de pessoas afirmando que jogariam ovos na jornalista e que não
permitiriam que seus filhos fossem à feira. “Sabíamos que o cancelamento não
seria saudável para o evento, mas a qualquer momento poderia acontecer alguma
coisa”, diz o coordenador. “Temos uma equipe de segurança e câmeras instaladas
no local onde ocorre a feira, mas não conseguiríamos controlar todo mundo.”
Vocês entenderam?
Esse é o Brasil.
Esse é o fanatismo.
Esse é o Brasil de fanáticos em que o país está
se transformando.
Que
horror!
Quem planta colhe.
ResponderExcluirEstas nova heroína brasileira foi assaltante de bancos. Só no Brasil atual se prestam homenagem a este tipo de gente. Deveria estar na cadeia.
ResponderExcluir