sábado, 25 de maio de 2019

O mito tem que dormir para o presidente acordar



Eu assinaria, aliás, eu assino embaixo – com todas as letras, com todos os erres e efes – o artigo intitulado O mito do Mito, que Nelson Motta escreve em O Globo desta sexta-feira (24).
Leiam os últimos parágrafos.
Bastam estes últimos parágrafos.
E fiquem certos: temos um presidente que ainda não acordou.
Por isso é que ele mesmo acha o país ingovernável.

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Nenhum mito resiste ao confronto coma realidade. Mitos não reclamam que o país é ingovernável por causa das corporações e dos partidos que só querem mamar. Mitos não fazem mimimi. Nem perdem 15 pontos de aprovação em três meses. Nem são derrotados em votações por seu próprio partido.
Sem ofensa, Bolsonaro pode ser tudo, até um bom presidente, tudo menos um mito. É imperativo linguístico e semântico, de significado. Foi uma ignorância que deu certo, ao menos nas eleições. Cansados de salvadores da pátria populistas e corruptos, os eleitores preferiram algo que não existia, um mito.
Mas o destino dos mitos é serem corroídos e desmitificados pelo tempo e a realidade. Grandes líderes não são mitos, são história e exemplo.
Para piorar, nosso Mito diz que dorme muito mal, quatro horas por noite, acorda várias vezes, tem um revólver na mesa de cabeceira. Como qualquer ser humano de 60 anos, deve se levantar exausto, de péssimo humor e sem cabeça e energia para enfrentar um país desabando.
O mito tem que dormir para o presidente acordar.

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