Helder Barbalho: números da redução da violência excluem os autos de resistência (foto da Agência Pará) |
No dia 11 de abril, portanto há cerca de uma
semana, o Espaço Aberto enviou o
seguinte e-mail (imagem ao lado) à Secretaria de Segurança Pública e à Casa
Civil do governo Helder Barbalho:
Prezados,
bom dia.
Sou
jornalista e tenho um blog, o Espaço
Aberto.
Pretendo
fazer postagem, nesta sexta-feira (12.04), mostrando dados que o governo do
estado tem apresentado sobre a redução da violência, nestes primeiros três
meses, e confrontá-los com o número de bandidos (ou suspeitos, se
quiserem) mortos em confrontos com a PM no mesmo período.
Fiz
um levantamento, baseado apenas em matérias divulgadas em jornais e em
mídias sociais.
Pelos
números que colhi, 111 pessoas foram mortas em confrontos com a PM, de
janeiro a março deste ano (números em anexo).
Pergunto:
1.
Quantos autos de resistência foram lavrados no primeiro trimestre deste ano?
2.
Quantos autos de resistências foram lavrados no trimestre imediatamente
anterior (de outubro/dezembro 2018) ou no primeiro trimestre de 2018
(janeiro/março)?
Desde
logo, além de ficar no aguardo das duas perguntas formuladas, também fico à
disposição para contato, pessoal ou por telefone, com qualquer autoridade da
área de Segurança Pública que deseje comentar esses números e apresentar o
posicionamento do governo do Estado.
Informo
ainda que apresentarei questionamentos à OAB sobre o assunto.
Até esta sexta-feira (19), o governo Helder
Barbalho não se pronunciou sobre os questionamentos do blog, nem mesmo para
dizer, clara e objetivamente, que não forneceria os dados. Simplesmente, tanto
a Segurança Pública como a Casa Civil silenciaram sobre o assunto.
O Espaço
Aberto ainda aguarda o pronunciamento da Ordem dos Advogados do Brasil –
Seção Pará, através de sua Comissão de Direitos Humanos e Cidadania.
Diante do silêncio, o governo do Estado nos
oferece a senha para especularmos sobre as motivações de recusar-se a fornecer
informação que, no contexto da abordagem de matéria jornalística, tem relevância
fundamental, eis que de inquestionável interesse público.
Nesse caso, a especulação é não apenas
procedente como legítima, porque decorrente do desprezo do Poder Público em
oferecer números consistentes, que, se divulgados de forma transparente, aí
sim, não permitiriam quaisquer especulações).
A primeira especulação é de que o número de
autos de resistência teria alcançado um patamar tão elevado que poderia
impactar negativamente as estatísticas que o estado vem apresentando sobre a
redução da violência na Grande Belém e no estado.
A segunda especulação decorre da própria
natureza dos autos de resistência e as polêmicas intermináveis suscitadas pelo
fato de que seriam, a rigor, um álibi formal para que as forças repressivas no
estado, no exercício legal e legítimo de suas atribuições, eventualmente se
excedessem criminosamente, executando suspeitos mesmo quando não oferecessem
qualquer resistência à prisão.
Esse silêncio, se não for de culpa é de implantação de uma politica fascista, que defende o corporativismo. Uma política do século passado . Terrível para um gestor que se pretendia fazer o diferente.
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