quarta-feira, 6 de março de 2019

Bolsonaro, é fato, nunca teve um Carnaval como este que passou


Na noite deste domingo (05), por volta das 21h, o presidente Jair Bolsonaro surpreendeu milhões de pessoas que estavam no Twitter ao fazer esta postagem.
Quem preferir não vê-la, o repórter a descreve: é um vídeo em que três foliões estão sobre uma marquise, uma laje, uma plataforma, seja o que for. Um deles, seminu, faz gestos como se estivesse apalpando o próprio ânus. Em seguida, abaixa-se para que outro rapaz faça xixi em sua cabeça.
Não se sabe onde é isso. Nem quando é. Mas o certo é que Bolsonaro escreveu o seguinte: “Não me sinto confortável em mostrar, mas temos que expor a verdade para a população ter conhecimento e sempre tomar suas prioridades. É isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro. (sic) Comentem e tirem suas conclusões.”
Bem, em obediência à ordem unida emitida pelo Capitão, vamos comentar e tirar conclusões.
Os comentários são os seguintes.
Não. Não “é isto que tem virado muitos blocos de rua do carnaval brasileiro” (sic). O Carnaval não é o oceano de depravações, devassidão e esbórnia que o presidente pretendeu nos fazer supor. É uma festa popular que, como tal, também enseja excessos, evidentemente. Inclusive excessos escatológicos como esse, mas que não foram inaugurados agora.
Excessos existem em qualquer concentração popular. No futebol, por exemplo, além de levarem xixi na cabeça, torcedores são mortos – literalmente mortos – em meio a brigas selvagens entre torcedores travestidos de bandidos – ou bandidos travestidos de torcedores. Bolsonaro quer pior excesso do que esse?
E a conclusão?
A conclusão é a seguinte.
Inquestionavelmente, indubitavelmente, indisfarçavelmente, o Capitão deve ter passado o pior Carnaval de sua vida. Isso porque, como não se desgruda do Twitter, deve ter visto, irritado, furioso e constrangido, manifestações em que seu nome foi o tempero principal de um coro de impropérios, palavrões e xingamentos declamados e proclamados, em alto e bom som, em várias grandes cidades do País.
Constrangedor? Sim.
Mas é Carnaval, Capitão. Isso é Carnaval.
Em outros Carnavais, políticos – inclusive e sobretudo presidentes – já foram também muquiados verbalmente por foliões – os nus e os seminus. Neste Carnaval, aconteceu a mesmíssima coisa.
Mas Bolsonaro, como foi alvo de hostilidades verbais, pinça uma cena – que não se sabe onde nem quando se passou – e a expõe com o propósito de chocar, digamos assim, a consciência moral dos brasileiros.
Mas isso é bobagem, presidente.
E sabe o que vai acontecer depois desse vídeo?
Nada.
Porque nem o Carnaval é um oceano de devassidões e depravações, nem deixará de ser um espaço para irreverências e excessos e muito menos deixará de ecoar esses corinhos, digamos assim, incômodos, que deixam políticos fulos da vida.
Tomara que, voltando ao trabalho, a partir desta quarta-feira (05), o Capitão esteja relaxado.
Ou será que até o final de semana vai sair uma PEC acabando com o Carnaval?
Vish! 

4 comentários:

  1. Luiz Mário6/3/19 10:37

    O discurso moralista e moralizante do embusteiro milico tem o único objetivo de desviar a atenção pública de sobre suas falcatruas e crimes.

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  2. Anônimo6/3/19 14:52

    Penso que foi para mostrar que a verba pública não deve ser entregue para patrocinar esse tipo de festa, embora alguns até afirmem que isso seja cultura.

    Pode até ser cultura, mas não a minha.


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  3. O Capitão esta acima de todos que apoiam esta depravação que algumas pessoas levam ao carnaval. Ele não é do PT ou da esquerda portanto ele não compactua com falcatruas ou crimes.

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  4. Cadê o general da banda?7/3/19 09:53

    Governar exige dedicação, visão abrangente, saber ouvir e filtrar, saber priorizar e muito trabalho. Sentiu o gostinho da faixa, ficou malemolente, míope, ouvidos exclusivos para quem falar somente o que ele quer ouvir, e a prioridade não é trabalhar, é passar o tempo fofoqueando no Twitter. Nunca foi um comandante sensato e competente. Não é de se estranhar que agora seja comandando por aqueles criados à semelhança dele, induzidos a erros pelo fake guru que se mandou para os States, pela aloprada da goiabeira, mais alguns fanáticos, e todos crentes que são os únicos capazes de salvar e moralizar o país.


    General da Banda
    (Blecaute gravou em 1949)


    Chegou general da banda ê ê
    Chegou general da banda ê a
    Chegou general da banda ê ê
    Chegou general da banda ê a
    Mourão, mourão
    Vara madura que não cai
    Mourão, mourão, mourão
    Catuca por baixo que ele vai
    Mourão, mourão
    Vara madura que não cai
    Mourão, mourão, mourão
    Catuca por baixo que ele vai
    Chegou general da banda ê ê
    Chegou general da banda ê a
    Chegou general da banda ê ê
    Chegou general da banda ê a

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