Se tudo correr como pretende Sua Excelência, a
parada estará decidida em julho.
Temer, vocês sabem, já
tratou com bandidos, não é?
Ele mesmo o disse, na semana passada, dando um
soquinho na mesa, como convém ao professor, ao jurista, ao constitucionalista
de escol Michel Temer. Se fosse um de nós, seria um socão, desses que
estremecem tudo, e acompanhado de um palavrão.
Mas Temer não. Ele é o fino da bola, mas,
repita-se, já tratou com bandidos.
Como tal já aconteceu, sabe o presidente em
exercício que o cheiro de banditismo está aí, vagando solto pelo ar, mas
impregnando de tal forma os ambientes nada republicanos desta podre República
que é impossível não o perceber.
Percebendo esse mau cheiro insuportável, Temer
sabe que refluiu bastante, nos últimos dias, a tendência anti-Dilma no Senado.
Em português de Portugal: depois que o governo
imaculado de Michel Temer foi aspergido com pitadas de boa ética que envolveram
cândidos personagens como Romero
Pacto Contra a Lava Jato Jucá e Fabiano
Silveira, até mesmo senadores propensos a enxotar Dilma de vez da
Presidência chegaram à óbvia, esperada e natural conclusão de que o governo em
exercício não passa de uma espécie de mais
do mesmo.
Chegaram à conclusão de que, se o governo Temer
não for igual ao da afastada Dilma Rousseff, é pior - para não dizer muitíssimo
pior.
Essa conclusão aterroriza, literalmente, o
governo Temer. Porque indica que o impeachment, antes tão certo com um dia ter
24 horas, agora está incerto, muito embora ainda exista a forte tendência de se
consumar.
Aterrorizado, Temer, não duvidem, pode estar
circulando à noite, pelos corredores do Jaburu, gritando mamããããããããããããeeeeeeeeeeeeeee socorro!, só de pensar na
possibilidade de que Dilma volte.
E no encalço dele, tentando acalmá-lo, a sua Marcela -
bela, recatada e do lar.
Mas Temer, o que conhece bem bandidos, deve
saber o que fazer para que seus (os do presidente) intentos se concretizem.
Ele sabe o que fazer.
O Temer sabe lidar com bandidos poque é um deles, da cúpula.
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