Meu Deus!
Por que essas coisas têm de acontecer?
Ou por que têm de acontecer assim?
O juiz federal Herculano Martins Nacif morreu no início da madrugada deste domingo, em grave acidente no Km 818 da BR-364, sentido Rio Branco, nas proximidades de Mutum Paraná, a 160 quilômetros da capital acriana.
Viajava sozinho em uma camionete, que saiu da pista e capotou, de acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Doutor Herculano completaria 52 anos no próximo dia 15 deste mês. Era mineiro. Atuava na 5ª Vara Ambiental e Agrária da Seção Judiciária de Rondônia, onde também chegou a exercer as funções de diretor do Foro.
Quando ingressou na magistratura federal, se não me engano por volta de 2001, sua primeira lotação foi Belém. E também chegou a integrar as subseções de Marabá.
Por onde passou, Herculano Martins Nacif fez amigos na Justiça Federal. Ontem de manhã, uma colega que conviveu com ele deixou a seguinte mensagem em grupo do WhatsApp do qual o poster faz parte:
O olhar justo e o coração desprovido de vaidades fizeram com que a sua magistratura fosse exercida com a excelência de ser humano, e não com a excelência inerente ao cargo. Foi um juiz digno do título de doutor. Que Jesus o abençoe, nosso, para sempre, Doutor Herculano!
Sim, "a magistratura exercida com a excelência de ser humano, e não com a excelência inerente ao cargo." Este era Herculano Martins Nacif.
À dignidade, à humanidade, à serenidade que o diferenciavam para melhor, agregue-se a a discrição.
O repórter aqui foi testemunha por volta de 2002, quando doutor Herculano presidiu audiências em que foram inquiridos os envolvidos no escândalo da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), caso que ganhou enorme repercussão.
A Imprensa inteira queria saber quem era esse juiz, qual o seu perfil, conversar com ele.
Doutor Herculano manteve-se, digamos assim, incólume às tentativas de abordagem. E tanto é assim que chegava à Justiça Federal, por volta das 9h e passava com seu cigarrinho bem pelo meio dos repórteres, sem que ninguém jamais imaginasse quem ele era.
Ele se divertia com essa situação. Chegou a contar-me, rindo, sobre esses encontros fortuitos, em que ele sabia quem eram os repórteres, mas estes não sabiam quem era o magistrado.
Herculano adorava o Pará. E mais do que isso: adorava a vida tranquila do interior. E tanto é assim que, depois de titularizar-se, já teve muitas oportunidades de ser removido para uma capital, mas nunca fez questão disso.
Herculano Martins Nacif era, sim, uma excelência de ser humano.
Por isso é que sua morte prematura nos choca tanto.
Paz à sua alma.
Um abraço de solidariedade a seus familiares.
A soberania de Deus é algo que não compreendemos. Só Ele sabe os porquês.
ResponderExcluir