José Eduardo Cardozo: num país republicano, ele estaria fora do governo, por atitudes nada republicanas |
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, tem
um discurso, como diríamos, desenvolto, envolvente, fluente e, às vezes – só às
vezes –, convincente.
Cardozo é um dos principais cultores, entre os
petistas de maior coturno, da expressão nada
republicano, frequentemente usada quando alguém, na linguagem transversa, quer se referir a falta de transparência, a
tenebrosas transações, aos esquemas, a maracutaias e corrupções.
José Eduardo Cardozo, com toda a sua
desenvoltura verbal, bem que poderia vir a público para esclarecer, de forma
elucidativa, se uma autoridade encontrar-se às escondidas com advogados que vão
a um gabinete do primeiro escalão da República para defender os interesses de
empresas que responder em juízo por horrorosas acusações de corrupção, pois ele
deveria esclarecer se essa autoridade estaria ou não adotando uma prática nada republicana.
José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, teve
apenas neste mês de fevereiro pelo menos três encontros com advogados que
defendem empresas acusadas por investigadores da Operação Lava Jato de pagar
propina para conquistar obras da Petrobras, como a UTC e a Camargo Corrêa.
A edição de “Veja” desta semana cita
nominalmente o advogado Sérgio Renault, defensor da UTC, e o ex-deputado
petista Sigmaringa Seixas, como dois advogados que estiveram pessoalmente com
Cardozo. O encontro não consta da agenda oficial do ministro.
As explicações de Cardoso à revista são
inacreditáveis. Ele confirma que se encontrou com Sigmaringa, mas diz que o
teor da conversa não pode ser revelado porque é estritamente pessoal.
E Renault, o que foi fazer no gabinete de
Cardozo à mesma hora? O ministro diz que o advogado se encontrou casualmente
com Sigmaringa na antessala do gabinete ministerial.
Será crível essa explicação do ministro da Justiça?
Será republicano o titular do
Ministério da Justiça, que tem em sua estrutura, entre outros órgãos, a Polícia
Federal, encontrar-se às escondidas com interessados em desenrolar empresas e personagens que estão sendo investigados pela
própria Polícia Federal?
Em países que não têm Petrolão, ou seja, em
países republicanos, ministros
estariam fora do governo imediatamente, se adotassem condutas como a de José
Eduardo Cardozo, eis que são condutas nada
republicanas.
No Brasil, o país do Petrolão, José Eduardo
Cardozo fez o que fez e ainda insinua – ainda que não diga claramente – que isso
tudo é típico do mais transparente, do mais límpido, do mais cândido
republicanismo.
Vish!
Será que faz a ponte com o STF?
ResponderExcluirEu estou com o Joaquim Barbosa. Esse cara tem de sair. Ele ainda quer ser do STF.
ResponderExcluirO que isso significa? O Ministro fez alguma coisa para impedir investigações ? pediu algo em favor de alguém ? Os investigados são os únicos clientes do advogado Sérgio Renault ? Se o assunto era investigação da Petrobras o que lá estaria fazendo o advogado Sigmaringa Seixas que não trabalha no caso ? Um Ministro receber advogados de quem quer que seja é atitude anti-republicana ? Ser advogado agora virou atividade ilícita, a ponto de uma reunião com autoridade pública já significar atitude anti-republicana ? Voltamos ao tempo da inquisição onde o defensor do herege era ele também culpado de heresia ?
ResponderExcluirO Cardoso é ministro da justiça. Que justiça é essa que oprimi a confiança do povo por uma Brasil melhor. justça brasileira perdeu a mora e a ética, pois chegou a tal pondo de advogados defensores dos corruptos irem até o gabinete o do ministro. Isto é uma afronta à confiança do povo.
ResponderExcluirFuturo ministro do stf...
ResponderExcluirTudo muito republicano; da republiqueta de bananas em que está sendo transformado o Brasil.
ResponderExcluirMas tem quem acredite na santidade do cumpanheru ministro.