segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Cardozo e seus encontros "nada republicanos"

José Eduardo Cardozo: num país republicano, ele estaria fora do governo, por atitudes nada republicanas
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, tem um discurso, como diríamos, desenvolto, envolvente, fluente e, às vezes – só às vezes –, convincente.
Cardozo é um dos principais cultores, entre os petistas de maior coturno, da expressão nada republicano, frequentemente usada quando alguém, na linguagem transversa,  quer se referir a falta de transparência, a tenebrosas transações, aos esquemas, a maracutaias e corrupções.
José Eduardo Cardozo, com toda a sua desenvoltura verbal, bem que poderia vir a público para esclarecer, de forma elucidativa, se uma autoridade encontrar-se às escondidas com advogados que vão a um gabinete do primeiro escalão da República para defender os interesses de empresas que responder em juízo por horrorosas acusações de corrupção, pois ele deveria esclarecer se essa autoridade estaria ou não adotando uma prática nada republicana.
José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, teve apenas neste mês de fevereiro pelo menos três encontros com advogados que defendem empresas acusadas por investigadores da Operação Lava Jato de pagar propina para conquistar obras da Petrobras, como a UTC e a Camargo Corrêa.
A edição de “Veja” desta semana cita nominalmente o advogado Sérgio Renault, defensor da UTC, e o ex-deputado petista Sigmaringa Seixas, como dois advogados que estiveram pessoalmente com Cardozo. O encontro não consta da agenda oficial do ministro.
As explicações de Cardoso à revista são inacreditáveis. Ele confirma que se encontrou com Sigmaringa, mas diz que o teor da conversa não pode ser revelado porque é estritamente pessoal.
E Renault, o que foi fazer no gabinete de Cardozo à mesma hora? O ministro diz que o advogado se encontrou casualmente com Sigmaringa na antessala do gabinete ministerial.
Será crível essa explicação do ministro da Justiça? Será republicano o titular do Ministério da Justiça, que tem em sua estrutura, entre outros órgãos, a Polícia Federal, encontrar-se às escondidas com interessados em desenrolar empresas e personagens que estão sendo investigados pela própria Polícia Federal?
Em países que não têm Petrolão, ou seja, em países republicanos, ministros estariam fora do governo imediatamente, se adotassem condutas como a de José Eduardo Cardozo, eis que são condutas nada republicanas.
No Brasil, o país do Petrolão, José Eduardo Cardozo fez o que fez e ainda insinua – ainda que não diga claramente – que isso tudo é típico do mais transparente, do mais límpido, do mais cândido republicanismo.
Vish!

6 comentários:

  1. Será que faz a ponte com o STF?

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  2. Eu estou com o Joaquim Barbosa. Esse cara tem de sair. Ele ainda quer ser do STF.

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  3. O que isso significa? O Ministro fez alguma coisa para impedir investigações ? pediu algo em favor de alguém ? Os investigados são os únicos clientes do advogado Sérgio Renault ? Se o assunto era investigação da Petrobras o que lá estaria fazendo o advogado Sigmaringa Seixas que não trabalha no caso ? Um Ministro receber advogados de quem quer que seja é atitude anti-republicana ? Ser advogado agora virou atividade ilícita, a ponto de uma reunião com autoridade pública já significar atitude anti-republicana ? Voltamos ao tempo da inquisição onde o defensor do herege era ele também culpado de heresia ?

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  4. O Cardoso é ministro da justiça. Que justiça é essa que oprimi a confiança do povo por uma Brasil melhor. justça brasileira perdeu a mora e a ética, pois chegou a tal pondo de advogados defensores dos corruptos irem até o gabinete o do ministro. Isto é uma afronta à confiança do povo.

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  5. Futuro ministro do stf...

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  6. Tudo muito republicano; da republiqueta de bananas em que está sendo transformado o Brasil.
    Mas tem quem acredite na santidade do cumpanheru ministro.

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