Olhem só.
O largo em frente à igreja de Santo Alexandre virou um palco de excelências, no último sábado à noite, durante a o espetáculo Natal com Arte em Toda Parte, promovido pela Secult.
Ali estava a soprano Carmen Monarcha.
Ali estava a magistral Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, sob a regência do maestro Miguel Campos Neto.
Ali estavam Coro Lírico de 60 vozes e do coro infanto-juvenil Vale Música de 110 vozes.
Ali pudemos ouvir Waldemar Henrique, Haendel, Strauss, Tom Jobim e clássicos natalinos, como "Ó noite santa", "Noite feliz" e "Boas Festas" (vejam algumas interpretações no vídeo acima).
Um repertório perfeito, para inebriar multidões.
Talentos escolhidos na medida, para extasiar multidões.
O show estava marcado para começar às 20h.
O poster chegou um pouco atrasado, por volta das 20h15. Foi até de táxi, porque estava certo de que seria impossível encontrar vaga para estacionar em todo o entorno do complexo Feliz Lusitânia.
Que nada!
O táxi deixou-me praticamente em cima do palco armado em frente à igreja de Santo Alexandre, tão livres eram os espaços.
"Olhem só como é que é. Se fosse artista de fora, isso aqui já estava lotado", bradava um homem, expressando resumida e precisamente a sensação que tínhamos nós, os poucos espectadores reunidos para assistir àquele espetáculo - realmente, um espetáculo, na verdadeira acepção do termo.
Acreditem: não havia mil pessoas assistindo ao concerto.
O público se resumia ao que vocês podem ver abaixo, na foto do Espaço Aberto.
Uma pena que um programa daquela qualidade tenha sido visto por tão poucos - pelo menos em Belém, porque não sei a quantidade de público presente ao mesmo concerto em Icoaraci, dias antes.
Um espetáculo daquela qualidade, acreditem, atrairia pelo menos 5 mil pessoas em qualquer praça de qualquer cidade de médio porte da Europa.
Um espetáculo daquela qualidade precisaria ser visto por mais gente, por mais paraenses, para que possamos nos orgulhar de viver numa terra que, sem exagero, talvez detenha a maior diversidade de ritmos em todo o país.
Mas não.
Em ocasiões que tais, em oportunidades como essa, são poucos os que aproveitam o que é bom.
Mas que não desista a Secult.
E não desistam os talentos que exibiram a excelências de seus virtuosismos numa noite tão agradável como aquela.
Ainda chegará o dia em que teremos multidões na praça, assistindo a um Natal com Arte em Toda Parte.
Parabéns aos organizadores pelo bom gosto. E àqueles que tiveram - certamente - ótimos momentos de prazer e lazer. De lamentar que, a cada dia que passa, a população adora mais ainda esses sertanojos, Tiaguinhos, membros da máfia do dendê e outros quetais, todos de discutível qualidade.
ResponderExcluirAs pessoas trocam um bom concerto por uma bela bosta de novela. A verdade é essa. Infelizmente.
Kenneth
Isto porque Monarcha trabalha com Rieu. Mas os paraenses sabem quem ele é?
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