terça-feira, 24 de junho de 2014

"O DEM é inimigo histórico", diz petista

Lucineide Pinheiro: "O DEM é um partido de direita, portanto adversário histórico [do PT]"
Petistas do Baixo Amazonas que não engolem, de jeito nenhum, a inclusão do DEM na aliança que tem como protagonistas principais o PMDB e o PT, garantem que se amplia cada vez mais a disposição de não fazer campanha para o candidato da chapa ao governo do Estado, o peemedebista Helder Barbalho.
Até agora, os resistentes à presença do DEM vêm tomando, como cartilha de princípios, a manifestação da professora Lucineide Pinheiro, que foi secretária de Educação do governo Maria do Carmo e concorreu à Prefeitura de Santarém, nas eleições de 2012.
Em carta aberta que divulgou tão logo se consumou a indicação do deputado federal Lira Maia (DEM) como vice de Helder, Lucineide menciona resolução aprovada no 4º Congresso do PT como o instrumento que ampara a decisão dos petistas de Santarém de não apoiarem, em hipótese alguma, o acolhimento do DEM na aliança.
Leiam, a seguir, da carta aberta da professora.

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“A política não é como o teatro. Nela, somos exatamente o que representamos. Somos frutos de nossas ações, ou omissões, se considerarmos o que diz o velho Sartre: ‘não optar já é uma opção’. É caminhando que se constrói caminhos, por isso os passos dados devem ter coerência com o objetivo que queremos alcançar.
A resolução do 4º congresso do PT traz uma clara orientação aos petistas: O que estará em jogo são dois projetos distintos e opostos para o Brasil. De um lado, os neoliberais representados pela aliança PSDB/DEM/PPS, derrotados em 2002 e em 2006 [e em 2010]. Eles representam a política que quebrou o Brasil três vezes, que privatizou, desempregou e desencantou o povo brasileiro.
O DEM é um partido de direita, portanto adversário histórico, não pelas pessoas que nele militam, mas por uma questão ideológica de incompatibilidade de visão de mundo e de sociedade.
O PT de Santarém tem uma história  de resistência, nascida e fortalecida nos movimentos sociais, na luta dos trabalhadores e trabalhadoras rurais que enfrentaram a repressão, o preconceito e consolidaram uma história de enfrentamento ao projeto da direita que o DEM tão bem representa.
Um povo que construiu sua história na luta não pode perder sua capacidade de indignação. E por isso considero justa e me solidarizo com a indignação dos petistas históricos que, coerentes com a resolução do 4º Congresso do Partido dos Trabalhadores, não aceitam aliar-se à direita por entender que isso em nada nos acrescenta. ‘A luta pela construção de hegemonia política para sustentação de nosso projeto é um dos desafios históricos do PT como um partido que tem como horizonte o socialismo democrático’ (Resolução sobre Tática e Política de Alianças aprovada no 4º Congresso do PT, item 1).
A Democracia Socialista, tendência da qual faço parte no PT, defendeu  candidatura própria no Pará por entender que o PT tem condições técnica, ética  e política para o Governo do Estado e, com o apoio da Presidenta Dilma, pode retomar o projeto democrático popular interrompido com a vitória dos tucanos em 2010. Fomos voto vencido e, em nome da democracia e do respeito às decisões das instâncias partidárias, acatamos a posição das Tendências do PT que compõem o campo majoritário AS, UL, CNP, que optaram pelo Apoio ao PMDB para governo do Estado.
Diante disso, o PMDB está livre para fazer aliança com quem quiser sem precisar da permissão do PT que ao aceitar a coligação, em troca apenas do apoio ao Paulo Rocha para o senado, passa ao PMDB um talonário de cheques assinados e em branco. A junção com o DEM é apenas o primeiro dos cheques preenchidos.
Muitos militantes históricos, que sempre estiveram na base de sustentação e de fortalecimento das lutas petistas não concordam com a pragmática aliança e devem ser respeitados em seu pensamento. A possibilidade de apoio ao DEM vem causando constrangimento e desconforto, com raras exceções, aos petistas de Santarém que se recusam  a beber esta taça de veneno.
O DEM é inimigo histórico e não levantará uma palha para fortalecer o seu arqui-inimigo vermelho. Aqueles que construíram com sangue e suor a história de resistência do PT no Pará e, de modo especial em Santarém, continuam sem compreender o idioma falado neste momento político, por algumas lideranças. E, sem horizonte, ameaçam descansar suas armas no solo empoeirado do pragmatismo político. Creio que é hora de fortalecermos nossa luta, não nos deixando abater pelo anúncio de tempestade.
Este partido é dos trabalhadores e trabalhadoras e defende um projeto democrático-popular, não o projeto das oligarquias e ruralistas. Em respeito à minha história e a de tantos companheiros que têm a minha admiração, vou continuar no PT fortalecendo a luta daqueles que ousam sonhar com uma sociedade mais justa e equânime. Vamos à luta! Já vencemos batalhas mais duras!’.

6 comentários:

  1. É muito drama! Até parece que estamos a falar de heróis nacionais. Me poupe!

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  2. Quem manda é Lula, Dilma, P Rocha, Dirceu, Genuíno etc. Quem é Lucineide?

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  3. Mesmo morando no sul do estado do Pará, nossa família compactua com a professora Lucineide de Santarém. Não votamos em candidato a governador apoiado pelo antigo PFL. Em Marabá pulamos fora da candidatura do PMDB.

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  4. E quem vai decidir mesmo é o eleitor consciente que sabe perfeitamente o significado desses acordos entre caciques.
    Sei e conheço muitos petistas que não se deixam dobrar pelas conveniências dos manda-chuva de plantão e fingem que seguirão a cartilha acordada.
    Na hora de votar...........

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  5. Apenas uma maneira de provocar intrigas em uma coligação vitoriosa.Não chorar sobre o leite derramado.O governador pensava que colocaria o DEM na marra na coligação dele.

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  6. E alguém sabe explicar qual a diferença entre esquerda e direita nos partidos brasileiros?!
    Que me conste, é só pra definir qual a mão que afana.

    Ohhhh, mas "disquerda" pode, é do povo...kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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