segunda-feira, 4 de novembro de 2013
O que ela disse
"Tenho sido alvo dos dois lados e, em geral, eu os ignoro por dois motivos: o que dizem não é instigante o suficiente para merecer resposta e acho que jornalismo é aquilo que a gente faz para os leitores, ouvintes, telespectadores e não para o outro jornalista. Ou protojornalista. Desta vez, abrirei uma exceção, apenas para ilustrar nossa conversa.
"Recentemente, Suzana Singer foi muito feliz ao definir como rottweiller um recém-contratado pela 'Folha de S.Paulo' para escrever uma coluna semanal. A ombudsman usou essa expressão forte porque o jornalista em questão escolheu esse estilo. Ele já rosnou para mim várias vezes, depois se cansou, como fazem os que ladram atrás das caravanas. Certa vez, escreveu uma coluna em que concluía: 'Desculpe-se com o senador, Miriam.' O senador ao qual eu devia um pedido de desculpas, na opinião dele, era Demóstenes Torres.
Não costumo ler indigências mentais, porque há sempre muita leitura relevante para escolher, mas outro dia uma amiga me enviou o texto de um desses articulistas que buscam a fama. Ele escreveu contra uma coluna em que eu comemorava o fato de que, um século depois de criado, o Fed terá uma mulher no comando. Além de exibir um constrangedor desconhecimento do pensamento econômico contemporâneo, ele escreveu uma grosseria: 'O que importa o que a liderança do Fed tem entre as pernas?' Mostrou que nada tem na cabeça.
Míriam Leitão, jornalista, fustigando em sua coluna os também jornalistas Reinaldo Azevedo e Rodrigo Constantino, ambos de Veja.
"ele"?
ResponderExcluirHehe.
ResponderExcluirJá está corrigido, caro Anônimo.
Era só pra ver se você estava prestando atenção. Rss.
Obrigado.
Alguém ainda perde tempo lendo esses caras ? A vida é curta para esse tipo de besteirol.
ResponderExcluir"JORNALISMO? ONDE?
ResponderExcluirO jornalismo tradicional está acabando por uma simples razão: sobram colunistas e faltam jornalistas. Quando um jornal de grande circulação contrata um colunista, e isso vira notícia, então há alguma coisa errada no ar.
As redes sociais da internet fabricam colunistas diariamente. Hoje em dia é muito fácil ter um canal para expressar sua opinião. O difícil é ter opinião.
A maioria das pessoas apenas reproduz o que alguns poucos formadores de opinião elaboram de maneira correta ou deturpada. Existem hordas de gente vomitando o que o partido determina, o que a revista publica, o que o blog republica, o que o YouTube não bloqueia.
No meio desse marasmo todo, me pergunto onde estão os jornalistas de verdade - não aqueles estagiários que tentam competir com internautas munidos de celulares com câmeras.
Atualmente são raros os repórteres que investigam uma história a fundo, farejam pistas, entrevistam as pessoas relevantes, escrevem com estilo próprio e evitam o maniqueísmo - como se toda situação tivesse um lado bom e um lado ruim, e que ambos precisassem ter espaço garantido no teor de uma matéria.
É irônico afirmar isso numa rede social, mas se você quiser se vacinar contra a estupidez alheia, não procure instrução apenas na internet. Esqueça os grandes jornais e revistas - eles já foram bons, mas agora estão tão perdidos quanto os internautas comuns, em busca da audiência pela audiência.
Leia bons livros. Clássicos consagrados. Existem coleções de livros de bolso especializadas nisso. São obras escritas por filósofos que muitas vezes também atuaram como jornalistas.
Por mais que a internet passe a impressão de que o mundo muda constantemente a uma velocidade crescente, são nos livros que podemos nos libertar das ervas daninhas que atacam a nossa mente.
Muita coisa que julgamos como novidade - ofertada por algum pseudo jornalista-colunista - já foi pensada e repensada antes.
E se encontrar com um jornalista de verdade por aí, mande um grande abraço para ele."
Fonte: Facebook, Jean Tosetto