Do site do Sintepp
O Sindicato dos (as) Trabalhadores (as) em Educação Pública do Pará (Sintepp), entidade sindical com 30 anos de existência, participou ativamente do processo de redemocratização da sociedade brasileira, no combate a Ditadura Militar através de contribuição responsável e propositiva para a qualificação da educação pública em nosso Estado.
Ao longo desse tempo, enfrentamos governos de diversos posicionamentos políticos, com algumas características comuns entre si: o autoritarismo, a truculência, o desrespeito ao servidor público e o descompromisso com a escola pública. O Sintepp sempre assumiu a defesa da educação pública de qualidade de forma séria, não à toa construímos um patrimônio bastante caro à classe trabalhadora e à própria sociedade paraense.
Neste sentido, cabe responder a mais um ataque do governo Jatene aos trabalhadores da educação pública, típico de quem é incapaz de construir argumentos consistentes e apela para as ameaças como forma de intimidar uma classe trabalhista cuja função social é importantíssima.
Primeiramente, não é verdade que o pagamento do retroativo do piso salarial seja o último ponto em negociação, tão ou mais importante quanto é a regulamentação da Jornada de Trabalho com ? para Hora Atividade e o PCCR unificado, por exemplo.
A rigor, reafirmamos, a proposta do governo não responde às reais necessidades da escola e aos interesses dos trabalhadores. No caso do retroativo do piso, a dívida é de 2011, mas o governo se propõe a quitá-la somente em março/abril de 2015 e condiciona o pagamento ao aumento da arrecadação do Estado.
O governo estadual ameaça cortar nosso ponto para poder pagar a contratação de professores temporários, mas não escreve uma vírgula sobre concurso público, essencial para a implantação da hora atividade.
Apela para o assédio e a chantagem na tentativa criar discórdia entre nós educadores e, na mesma medida, entre a sociedade e a nossa classe. A máscara de Jatene caiu mais uma vez e revelou sua face autoritária e truculenta.
O mesmo governo que é omisso quando não apresenta um conjunto consistente e duradouro de políticas públicas de Estado para a educação e não enfrenta as reais causas dos problemas educacionais. Mas que encaminha à Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) uma proposta de revisão do Plano Plurianual (PPA) que retira ações importantes de aplicação de políticas públicas e mais as verbas (dinheiro) que serviriam para a formação inicial e continuada, além da valorização da qualidade de vida dos servidores da educação.
Nossos alunos e nós sofremos prejuízos graves quando são obrigados a frequentar escolas em péssimas condições, sem água potável, com banheiros sem as mínimas condições de uso, salas de aula superlotadas, mal ventiladas, alagadas ou com ventiladores deteriorados, que já desabaram sobre estudantes, como ocorreu em uma escola no Residencial Panorama XXI, em Belém. Nossos alunos e nós sofremos prejuízos mais graves quando nos tornamos vítimas da violência que hoje impera em nosso estado e quando não têm acesso a espaços de lazer.
Sim, nossos alunos, infelizmente, perdem muito e há muito tempo; perdem as perspectivas de futuro, e isso é sim uma consequência do descaso do governo de Simão Jatene. Isso que é inadmissível.
O governo fracassa no seu dever para com a educação pública e atribui a responsabilidade para os educadores. Da mesma forma, é possível que responsabilize os policiais pelo seu fracasso, enquanto governo, na segurança pública.
Para quem já está no quarto mandato à frente do governo do Estado, seja como governador ou secretário de estado, Simão Jatene já deveria saber que ameaças não ajudam a solucionar o problema, apenas radicalizam mais ainda o processo de negociação.
O Sintepp continuará na luta pelos direitos não apenas de nossa categoria, mas de toda a sociedade de ter acesso à qualidade de ensino público, como estabelecido na CF/88. Os problemas de má gestão das contas públicas são de responsabilidade do governo do estado. Interessa-nos garantir educação pública de qualidade para nossos alunos, e isso sobretudo passa por melhores condições de trabalho e de salário, formação inicial e continuada, carreira, enfim, valorização profissional. Não vamos redesenhar o mundo para o governo Jatene, apenas não nos calaremos às injustiças deste estado. Educador não pode pagar as dívidas deste governo, Sr. governador.
Cala a boca, Magdo!
ResponderExcluirSó asneira.
ResponderExcluir