Henrique Eduardo Alves: ele pode mentir e tudo ficar por isso mesmo? (foto de Sérgio Lima/Folhapress) |
O presidente de um poder pode mentir?
Pode esconder a verdade?
Escondendo-a, é-lhe permitido reparar a mentira assim de forma banal, como se tudo se resumisse a um ato voluntarista para apagar o malfeito?
E quando o presidente de um poder é o terceiro na linha sucessória, ele pode mentir?
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) é presidente da Câmara dos Deputados.
É presidente de um poder.
É o terceiro na linha sucessória - Dilma, Michel Temer e ele.
Henrique Eduardo Alves mentiu.
Ele e mais sete familiares, agregados e apaniguados usaram um avião da FAB para ir ao Rio, no último final de semana, para assistir à final da Copa das Confederações, no Maracanã.
Pilhado em flagrante delito em reportagem da Folha de S.Paulo, o dotô mentiu.
Mentindo, disse que fora ao Rio para reunião de trabalho com o prefeito Eduardo Paes.
Mentira.
A agenda oficial de Paes não mencionava qualquer encontro dele com Alves.
Os dois tiveram, sim, um encontro social. Socialíssimo. Em pleno final de semana. E no dia de final da Copa das Confederações, no Maracanã.
Flagrado na mentira, o dotô disse que pretende reembolsar a União em R$ 9.700,00 pelo uso do avião.
Vai coçar o próprio bolso e repor os valores aos cofres públicos.
Pronto.
E então, acabou?
Se o jornal não revelasse o que revelou, Henrique Eduardo Alves reembolsaria a União?
Tentaria apagar o seu malfeito?
Tentaria reparar o prejó que impôs ao erário?
Que coisa, hein, gente?
E olhem que estamos em clima de multidões nas ruas.
Olhem que estamos em clima de ruas tomadas de gente clamando contra a corrupção e os corruptos.
Olhem que estamos num momento em que a classe política, acuada e acuadíssima, trata de fazer em três semanas o que demorou séculos - cinco - para fazer.
Estamos nesse clima.
E Henrique Eduardo Alves comete um crime. Aliás, comete mais um, que vai encorpar a sua ficha.
Acossado, Sua Excelência mente.
Flagrado na mentira, puxa do próprio bolso para tentar reparar o erro.
E então?
Isso vai ficar assim mesmo?
Faltou só destacar que ele vai "repor" os custos da viagem com a verba de gabinete, ou seja, com o nosso dinheiro, que é como eles agem sempre. Em suma, pode até deixar de ganhar, mas perder, eles não perdem nunca.
ResponderExcluirÉ pouco. Ele tem de indenizar pelo preço de um voo NÃO REGULAR, que certamente é mais caro. Imagine você se tivesse de ligar para a TAM ou a GOL pedidndo: "vem me buscar aqui em NAtal pra me levar ao Rio. Eu e mais sete".
ResponderExcluirCreio que essas empresas não mandariam um boing por menos de R$ 200.000,00
Apenas mais um "republicano" da base aliada do gobierno, tá perdoado, tadinho.
ResponderExcluirTudo pela "governabilidade" cumpanhera.
Pau neles!!!
O povo acordou!!!
Vai, sim, ficar por isso mesmo. Assim como ficou o caso dos filhos e netos do Lulla que levavam no Aerolulla os amiguinhos de São Paulo para nadarem na piscina do Palácio do Alvorada. A diferença é que o Lulla não passou recibo e se fingiu de matuto.
ResponderExcluirO cálculo , publicados hoje pela Folha de São Paulo é de R$ 158.000,00. Esse cara é bem espertinho mesmo : os cupinchas dele voam de jatinho e depois ele quer devolver o valor de avião de carreira comercial? Bobinho mesmo.
ResponderExcluirMas o pior é a desfaçatez dele em alegar que foi ao Rio de Janeiro para se reunir com o prefeito de lá para discutir os protestos? Dá para acreditar? Decerto os familiares foram para dar uma assessoria na reunião enfadante com o prefeito.
Kenneth