sexta-feira, 28 de junho de 2013

Dilma e os instintos mais primitivos. Como os de Jefferson.


Mas que coisa, hein?
Sabe-se lá o exercício de paciência, o teste de tolerância que deve estar impondo a si mesma a presidente Dilma Rousseff para negociar com partidos políticos, nesta hora em que o país vê-se submerso numa onda de insatisfações de Norte a Sul, de Leste a Oeste.
Dilma nunca disse, mas os que privam de um convívio mais reservado com ela garantem: os piores momentos de Sua Excelência no exercício do cargo são aqueles em que a presidente se vê obrigada a negociar com o Congresso.
Dilma, que nunca teve traquejo, nem molejo de cintura para tratar da política do varejo, da política do toma-lá-dá-cá, do fisiologismo, da politicalha, pois dona dona Dilma, quando chamada, por força das circunstâncias, a encarar as cobras criadas do Congresso, tem arrupios dos pés da cabeça.
Arrupios de aversão, é evidente.
Ela sabe, no entanto, que precisa engolir essas figuras todas. Como também precisa digerir, deglutir suas barganhas até o limite em que certos padrões éticos não sejam afrontados.
É o que acontece agora.
Dilma deve mandar até a próxima semana, ao Congresso Nacional, a mensagem propondo a convocação de um plebiscito, para que a população possa se manifestar sobre a reforma política.
Ótimo.
Para o distinto público, ótimo.
Não se sabe mesmo é a quantas anda o nível de tolerância da presidente da República, após esta maratona de encontros em que ela se viu obrigada a deparar-se com gente que, evidentemente, desperta seus instintos mais primitivos (apud Roberto Jeffferson) e mereceria, se ela não fosse a presidente, o seu mais completo desprezo.
Aliás, deem uma olhadinha no vídeo acima.
É Roberto Jefferson, durante a CPI do Mensalão, dirigindo-se a José Dirceu.
Prestem atenção, sobretudo os mais jovens, que àquela altura, em 2005, ainda estavam, como se diz, nos cueiros, prestem atenção nas feições crispadas de Jefferson.
É com as feições crispadas que a presidente deve ficar quando se lhe impõe o dever - inarredável e inafastável - de negociar com a classe política, sobretudo num momento como este, de intensas pressões.
Mas, o que fazer.
São os ossos do ofício, não é?
É como dizem.

2 comentários:

  1. "...até o limite em que certos padrões éticos não sejam afrontados."
    Alguém ainda acha que Dilma, tal qual Lula, ainda não ultrapassou esses limites?!
    E os ministros defenestrados por corrupção, que saíram mas indicaram seus substitutos?
    E o queridinho ministro flagrado em "a$$e$$oria$" nada republicanas que continua como se nada tivesse de errado?
    E os aliados "padrão" Garotinho e similares?
    Padrões éticos de limites "elásticos" demais, não?

    Sei não, seu Espaço.
    Dez anos de gobierno cumpanheru é elástico demais para ainda continuarem insistindo que o executivo não tem "nada a ver" com tudo isso que está aí.
    O país-paraíso cenográfico caiu!

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  2. A equação que não fecha.
    Dez anos de gobiernos cumpanherus e insistem em fazer cara de quem "não tem nada a ver" com tudo de errado que explodiu.

    Pior: A Dilma nem sonha em dizer que recebeu "herança maldita", desculpa-símbolo de todos.

    The dream is over.

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