segunda-feira, 17 de junho de 2013
A vaia das elites vale quantas vaias das classe D e E?
Olhem só, meus caros.
A partir do último sábado, instituiu-se no Brasil a vaia por categoria social.
No sábado, se vocês se lembram, a presidente Dilma Rousseff foi vaiada três vezes, antes de começar Brasil x Japão, pela Copa das Confederações.
Três.
Deem uma olhadinha no vídeo acima.
Por 12 horas - 12 - consecutivas, esse assunto ficou no trend topics do Twitter, uma ferramenta na rede social que indica os temas mais mencionados ou comentados em todo o mundo num determinado momento.
Aí, lembraram-se muitos que no estádio estavam torcedores de classe média.
É verdade.
O geraldino - alguém se lembra deles? - não estava lá.
Ou alguém acha que pagar 70, 80 pilas, preço do ingresso mais baratinho, para assistir a uma partida como aquela é para qualquer um?
Não é.
Claro que não.
Mesmo assim, as preferências partidárias começaram a dividir as vaias à presidente por catiguria social.
Tipo assim: a vaia da classe média vale quantas vaias da classe D?
A vaia da classe AAA valeria quantas das classes D e E?
A vaia das zelites vale quanto, em relação às vaias dos beneficiários do Bolsa Família?
É brincadeira.
Só pode ser.
Os protestos que têm ocorrido dentro, em frente ou nas imediações dos estádios construídas para a Copa de 2014 expressam insatisfações que não podem ser edulcoradas ou tangenciadas. E muito menos objeto de partidarizações.
Quem vaiou Dilma vaiou a inflação em alta, o reajuste das tarifas de ônibus em São Paulo, a intolerável gastança na construção de estádios como o próprio Mané Garrincha, um monumento de R$ 1,2 bilhão.
Quem vaiou Dilma vaiou Dilma vaiou a corrupção, vaiou a violência como a que resultou no assassinato de dentistas aos quais os bandidos atearam fogo, vaiou a corrupção sem controle.
Sim.
A presidente que estava ali, para ser vaiada, é a presidente do Brasil, não é?
Dilma não seria vaiada se fosse a presidente de Gana, ou do Afeganistão, ou de Pasárgada.
Foi vaiada porque é a presidente brasileira.
Simples assim.
Seria vaiado, da mesma forma, Lula, que já o foi, aliás, ampla e inesquecivelmente apupado na abertura dos Jogos do Pan, no Maracanã.
Seriam vaiados, da mesma forma, Fernando Henrique Cardoso, Geraldo Alckmin, Sergio Cabral, Simão Jatene e, por último mas não menos importante, até Marcelo Pamplona, o prefeito mata-cachorrro de Santa Cruz do Arari.
Catigurizar, portanto, as vaias a Dilma é uma exibição maldisfarçada de alienação, para não dizer de hipocrisia misturada à demagogia - tudo isso junto.
Agora, convenhamos: o revoltante mesmo foi assistir a esse elemento, Joseph Blatter invocar o fairplay ao tentar, digamos assim, dar um puxão de orelhas nos torcedores que o vaiavam, bem como à presidente da República.
De novo, só pode ser brincadeira.
Blatter dirige uma instituição das mais corruptas de que se tem notícia.
A Fifa, que Blatter dirige, é uma das organizações mais porcas, mais promíscuas que existem.
Querem ver?
Leiam Jogo Sujo - O mundo secreto da Fifa, do jornalista Andrew Jennings.
O poster já leu e pode dizer: o livro, mais do que uma grande reportagem, é um libelo.
Está tudo lá. Com todos as letras. Com todas as provas. Tudo lá.
Fairplay demonstraria Blatter se ajudasse a vaiar a si mesmo e à Fifa que ele próprio dirige.
Fairplay demonstraria ele se não tentasse alçar a si mesmo a uma posição imbecil de reprovar manifestação pacífica e legítima de quem, comprando seus ingressos, nada tem a dever a ninguém.
Nem à Fifa.
Nem a Dilma.
Nem a Blatter.
A ninguém.
Finalmente o Brasilzão se levantou do tal "berço esplêndido" !!
ResponderExcluirEstamos contra "tudo isso que está aí" de longa data; a indignação reapareceu firme e forte.
"...a pátria mãe que dormia sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações.." ACORDOU!!
Quer dizer, quase todos , pois a finada UNE continua descansando em paz, mas tem muito$ motivo$.
Revolucion now!
Tanto se levantou, que continua e continuará votando errado.
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