Olhem aqui.
Vejam só como é a parada.
Belém virou mesmo uma selva.
Selva de violência.
Selva do medo.
Das atrocidades.
Da intranquilidade.
Ontem à noite, por volta das 22h, um casal e a filha - mocinha de 14 anos - trafegavam de carro pela Marquês de Herval, entre Mauriti e Mariz e Barros.
Foram abordados por dois bandidos, que os dominaram.
Revólveres apontados para a cabeça das vítimas, que entraram, é claro, em pânico.
Entraram em pânico não porque perderam R$ 2 mil. Não porque perderam celulares.
Descontrolaram-se porque, como sói acontecer em todo assalto, experimentaram aquela indizível, angustiante sensação de desprezo, abandono e humilhação.
Sentiram-se como a expressão viva da inércia de poderes públicos omissos e de complacências legais intoleráveis, que mantêm atrás das grades cidadãos inocentes e deixa à solta bandidos que não hesitam em atirar primeiro, para perguntar depois.
Vocês devem ter tomado conhecimento de coisas horríveis, nos últimos dias.
Uma dentista - aliás paraense, filha de família também paraense - morreu em São Bernardo (SP), após ser queimada viva por bandidos, uma deles menor de idade.
No Rio, também um menor estuprou uma mulher dentro de um micro-ônibus, na frente de todos os demais passageiros.
Em São Paulo, um menor matou um rapaz de 19 anos com um tiro na cabeça, ao roubar-lhe um celular.
São crimes hediondos, vocês sabem.
Materialmente, são cruéis, torpes, horríveis.
Atrocidades sem fim também acontecem por aqui, perto de nós.
Porque a violência sempre está por perto.
A selvageria sempre nos ronda, nos espreita.
Apelar a quem, afinal?
A quem?
Ir pra Pasárgada, parece, não é mais a solução.
Que não nos entorpeça o medo, porém.
Que o temor não nos acovarde.
Entorpecimento e covardia decretarão o fim da grande, da esmagadora maioria que acredita nas leis e não perde, apesar de tudo, as esperanças de que elas deverão, sempre, demarcar onde termina um ambiente de civilidade e onde começa a selvageria.
SIGA O ESPAÇO ABERTO NO TWITTER
Nenhum comentário:
Postar um comentário