Ótimo o debate que a Rádio O LIBERAL/CBN Belém promoveu ontem de manhã, entre os candidatos a prefeito de Belém reunidos no auditório da TV Liberal.
Mediado pela jornalista Layse Santos, o debate foi ágil, dinâmico, exigindo rapidez de raciocínio dos candidatos, em decorrência do curto espaço de tempo que tinham para formular suas perguntas e responder aos questionamentos.
Mas o certo é que o debate foi oportuno para se desfazer essa lorota, essa mentira, esse embuste, essa engambelação de que Duciomar asfaltou 2 mil ruas.
Belém, como disse de cara o deputado José Priante (PMDB) a Anivaldo Vale (PR), o candidato de Duciomar, não tem 2 mil ruas.
E não tem mesmo.
Nunca teve.
Mas acontece que Duciomar é um cara ispierto.
Ispiertíssimo.
Ele sabe que ninguém vai sair por aí, com uma lista de 2 mil ruas nas mãos, para confirmar se o prefeito asfaltou-as ou não.
Por isso, o dotô pega avenida, rua, travessa, passagem, viela e beco, põe tudo num saco só e transforma, oram vejam só, em rua.
Feito isso, a propaganda da prefeitura se encarrega de disseminar essa mentira para transformá-la em verdade.
Dudu sempre foi a grande mentira, a grande enganação.
ResponderExcluirSó a justiça teima em acredita-lo.
Por isso é desacreditada por todos.
Paulinho, um pouco de cultura para os estúpidos que dizem que Belém não tem 2.000 ruas: que burrice!
ResponderExcluirUma antiga explicação das denominações de vias públicas era que as avenidas são as artérias compridas e largas, cortadas pelas ruas, e estas cruzadas pelas travessas. Os corredores de comunicação entre umas e outras são as passagens ou becos, que poderiam levar o verniz literário de sem saída. Belém desmoraliza essas explicações - a começar da extensão das travessas. É divertido ler no jornal: "Travessa José Bonifácio". Como? Uma ruazona daquelas em qualquer lugar seria considerada avenida. Mas também grandes vias do Marco - Chaco, Mauriti, Vileta, etc. - são todas travessas. A Assis de Vasconcelos, quase um bulevar dividido pelas mangueiras, é travessa. Assim como a Quintino Bocaiúva, Ó de Almeida e Domingos Marreiros. A explicação mais remota que colhi foi a de Domingos Antônio Raiol, em seu magnífico livro Motins Políticos: Raiol falava da Tv. de São Mateus, hoje Padre Eutíquio, e como se vê o barão de Guajará achava que a massa de água de onde saiu o título que recebeu de dom Pedro II era um rio e não uma baía.
No rol de enigmas da nomenclatura oficial, a Caripunas é rua, a Castelo Branco é travessa, a Três de Maio e a Nove de Janeiro são passagens e a Quatorze de Abril é vila. Em contrapartida, aquela nesga de paralelepípedos em frente ao teatro é chamada de Rua e mesmo de Avenida da Paz. Temos o costume distintivo de chamar artérias que atravessam a cidade de travessa, ao lado da menor avenida do mundo que nada mais é que o final da Rua Carlos Gomes que atravessa a Praça da República.
Não é menos característico de Belém a profusão de vias que levam a classificação peculiar de passagem. Parecem ser centenas, e de importância cartográfica respeitável. Os contornos do bairro do Guamá, conforme descrição na Wikipedia, são quase todos dados por elas. Um trecho: "...poligonal que tem início na interseção da margem direita do Rio Guamá com a projeção da Pass. São Cristovão, segue por esta até a Pass. Alvino, flete à esquerda e segue por esta até a Trav. 14 de Abril, flete à direita e segue por esta até a Pass. Paulo Cícero, flete à esquerda e segue por esta até a Pass AIbi Miranda, flete à direita e segue por esta até a Pass. Mucajás." Belém tem menos vias públicas chamadas ruas do que travessas e passagens.
A classificação dos logradouros públicos veio quase toda do francês: avenue > avenida, boulevard > bulevar, rue > rua, passage > passagem, allée > aléia. Não pegou no português a deleitosa cul-de-sac, área final de rua sem saída, mais larga, espécie de pracinha. Machado de Assis evitou a palavra ao traduzir Os Trabalhadores do Mar. Vitor Hugo escreveu: "C' était une niche basse en anse de panier, dont les voussures abruptes allaient se rétrécissant jusqu' à l' extrémité de la crypte où le cailloutis de galets et la voûte de roche se rejoignaient, et où finissait le cul-de-sac."
Estou mais preocupado com a paralização das obras do BRT, por conta de uma liminar da justiça a pedido da Cosanpa. Espero que o PSDB não tenha o mesmo êxito que teve ao impedir o Edmilsom fazer o elevado da Dr. Freitas.
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