terça-feira, 21 de agosto de 2012

O que tem dito (e feito) a nova geração do PT?


Por AMANDA LEMES e LEOPOLDO VIEIRA

Vale muito a pena ler as entrevistas que o blog do Zé Dirceu tem publicado com jovens candidatos a vereador pelo PT. A série passará por diversas cidades brasileiras daqui até a campanha eleitoral de fato. Zé sempre foi um grande incentivador da renovação do petismo. Em entrevista com lideranças juvenis organizada em 2009 (leia aqui ), o comandante cunhou uma assertiva fundamental: "E preciso institucionalizar o papel da juventude e ao mesmo tempo não permitir que isso se transforme num gueto".

Seguindo, voluntária ou involuntariamente, a máxima  de que precisamos de "um jovem dirigente e não apenas um dirigente juvenil" (saiba mais), os entrevistados até agora parecem ter compreendido a grande missão que nossa geração tem neste processo político, de transição do comando e da representação do partido, como nos orientou Francisco Rocha Jr, o Rochinha, coordenador da Comissão de Ética do PT, em artigo no seu Mandacaru (confira): "[a transição] é um desafio de mão dupla, porque passa também pelo amadurecimento político de uma garotada que, até aqui, tem gasto energia excessiva em disputas horizontais, dentro dos espaços próprios da juventude". Para ele, "É hora de os jovens do PT começarem a alargar seus horizontes (...) e tomar o leme do partido, segurá-lo com firmeza e trabalhar para que o Brasil siga avançando no rumo iniciado por aqueles que (...) daqui a pouco estarão se aposentando".

O primeiro entrevistado [4], o ex-secretário nacional de juventude do PT,Valdemir Pascoal, que é candidato em Cuiabá, foi taxativo, discutindo problemas concretos da capital matogrossense e apontando soluções: "Precisamos de saneamento, desenvolvimento e muito trabalho. Já em relação à educação, frente às transformações positivas da área estimuladas pelo Governo Federal, nós queremos um modelo de escola no município que seja integrado e conte com a participação ativa da comunidade, com profissionais qualificados e cursos para os educadores. E, para além deste salto de qualidade, precisamos trabalhar bandeiras como as da diversidade, do menor, do trânsito, para que desde pequenas, nossas crianças sejam educadas para o respeito e a cidadania". Sobre a atual geração, diz " jovens petistas se colocam de igual para igual no debate com aqueles que estão há muito tempo na política. Nós temos qualificação e muito trabalho a apresenta". Sua fala diz tudo porque Valdemir entrou para a história da JPT como um dos seus mais eficientes secretários.

Já o segundo entrevistado, Manoel Raoni, jovem candidato em Natal (RN), explicou o fundamento de seu pleito: “Não somos candidatos da juventude só porque somos jovens, mas porque temos condições reais de legislar em prol de benefícios coletivos para a cidade, e trazer ainda mais jovens para dentro da política". E destacou: "Eu me lancei candidato à Câmara da minha cidade porque não me sinto representado pelos que hoje lá se encontram lá e permanecem de costas para os problemas do município". "Quero e posso ajudar a realizar na minha cidade as reais mudanças que o PT tem feito pelo país afora", disse, revelando que também está preocupado em discutir os grandes temas do desenvolvimento municipal e a renovação, pela mão dos jovens, do projeto petista para o Brasil.

O terceiro, Murilo Amatneeks, vereante em Porto Alegre, destacou que "Na medida em que você adquire mais responsabilidade política, sente necessidade de ocupar mais espaços para efetivamente poder transformar a sociedade e lutar por um mundo melhor". Ele diz querer "participar dessa transformação conduzida pelo PT e, também, da renovação do partido com as jovens candidaturas". Para Murilo, "A população quer debater o projeto de cidade, o que será a Copa do Mundo acontecendo aqui. Isso envolve a discussão da perspectiva urbanística que estamos apresentando, em especial, da mobilidade urbana". E desfechou : "E não são meramente candidaturas de juventude porque 'precisamos ter um jovem lá', mas tratam-se de candidaturas de jovens que têm liderança em suas regiões, que dirigem o partido, outros segmentos e outras gerações".

Já Rodrigo Abel, o quarto entrevistado, e dono de uma das mais brilhantes trajetórias juvenis do PT, abriu declarando sua tarefa relacionada à mudança da cultura política: “Sou muito novo para fazer política velha”. Candidato no Rio de Janeiro, Abel diz que "uma das principais bandeiras nossas é a reindustrialização da capital". Para ele, "Quem não gosta de política precisa ser governado por quem gosta e sabe o valor que ela tem para transformar a sociedade. As jovens candidaturas precisam fazer esse alerta para as novas gerações que estão aí nas ruas".

Gabriel Medina, em São Paulo, narra que "A cidade vive um cerceamento da democracia, de esvaziamento do espaço público, e uma política de higienização e segregação de uma série de pessoas e segmentos". "A partir daí comecei a ver a necessidade de uma candidatura conectada com novas formas de fazer política em São Paulo", disse. A "opção [dele] pelo PT vem de um entendimento duplo: 1º a gente precisa democratizar a política, chamar a participação da sociedade; 2º, que a política brasileira precisa servir aqueles que nunca tiveram espaço nem nas estruturas de poder, nem nas políticas públicas". E apresenta suas idéias para a maior cidade da América do Sul: "a questão da saúde mental e das drogas. Queremos combater a higienização e a segregação de moradores em situação de rua e de usuários de drogas. Queremos uma cidade que ao invés de segregar, englobe o usuário como cidadão, não como bandido".

Ítalo Beethoven, sexto e último entrevistado até agora da série, ressalta que a renovação da política vem acontecendo graças ao PT. "Mudamos o jeito de fazer política no Brasil e, se hoje o debate da renovação política está na ordem do dia, é porque o PT inverteu a lógica e a forma de se fazer política no país", considera Ítalo. Ele também ressalta a importância de renovarmos com qualidade e com quem tem propostas e sabe fazer. "Não adianta colocar cara nova no legislativo ou no executivo se ela estiver comprometida com a política conservadora", afirma.

"Grandes temas também são assunto de jovem"

De modo geral, as entrevistas foram ao encontro do que disse a Secretária Nacional Adjunta de Juventude do PT e coordenadora do Grupo de Trabalho Eleitoral da "jota", Joanna Parolli: "Grandes temas também são assunto de jovem". "No geral, o que é concreto para nossas candidaturas jovens apresentarem é uma plataforma de esquerda, antenada às políticas acertadas que promovemos nas administrações petistas, com destaque ao fortalecimento da esfera pública contra a hegemonia mercantil e à luta pelo combate às desigualdades sociais", complementou, ao apontar o rumo da nossa geração (leia mais).

Jefferson Lima, secretário nacional da JPT, em artigo publicado neste blog, informa que o PT contará com 3.914 jovens candidatos (as) de 16 até 29 anos - 3.815 para vereador (as), 34 a prefeitos (as) e 65 na disputa pelas vice-prefeituras. “Com esses números - diz Jefferson - nós temos o desafio de aumentar nossa referência para os milhões de jovens filiados e simpatizantes, aproximarmo-nos dos segmentos juvenis, promover, ao mesmo tempo, uma forte política de filiação desses jovens ao nosso partido”. Daí a importância da fala do ex-presidente Lula quando chama os jovens brasileiros a fazerem da política sua arma para mudar o seu país. (Confira o vídeo)

Os jovens chamam para si a construção do futuro, apontando desafios e soluções para o Brasil, seu estado, sua cidade, seu território. Quando o presidente Rui Falcão grava um vídeo chamando os eleitores do Brasil a olharem os jovens candidatos na hora de fazerem sua escolha, com certeza, está apostando neste caminho.

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Amanda Lemes é membro da Direção Nacional da Juventude do PT e assessora do Grupo de Trabalho Eleitoral do PT. Integra também o GTE da JPT.

Leopoldo Vieira é da Direção Nacional da Juventude do PT, assessor da Secretaria de Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento e membro do Grupo de Trabalho Eleitoral da JPT.

3 comentários:

  1. Legal.
    Essa galera nova do PT parece que tem visão de futuro e não se contenta em fazer propaganda dos números do governo, nem deixa de refletir sobre erros e apontar correção de rumos.

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  2. Com ou sem caixa 2, moço?

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  3. Isso! Jovens no poder, mais mudanças pro Brasil!

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