Com todo o respeito que merece o contraditório.
Com o máximo, reverencial respeito ao direito de qualquer um, até do mais selvagem dos facínoras, à ampla defesa.
Mas a parada é a seguinte: advogados houve que, sinceramente, passaram dos limites ao defender seus clientes, durante este julgamento do mensalão.
O Espaço Aberto já reverenciou os grandes advogados, que elevam e dão relevância a grandes julgamentos, como este do mensalão.
Mas há limites a observar.
Alguns advogados, em vez de rebater fatos, bateram no procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o autor da denúncia do mensalão.
Alguns advogados, em vez de tentar desqualificar a denúncia de representante do Ministério Público, tentaram desqualificar a pessoa do procurador-geral, o que é intolerável.
Intolerável e ridículo.
Ou não terá sido ridícula aquela brincadeira de mal gosto de proclamar e ressaltar as semelhanças entre o procurador-geral e Jô Soares?
Foi ridículo, sim.
Ora, Gurgel e Jô se parecem mesmo.
Mas a título de quê ressaltá-la no plenário de uma Corte como o Supremo, que é a máxima Corte.
A comparação foi feita num contexto totalmente inadequado, inapropriado, deslocado do sentido, do foco, do objetivo da alocução do defensor, no caso o advogado Itapuã Prestes de Messias, que se manifestava da tribuna do Supremo.
Afinal de contas, o doutor que fez a comparação acha que recorrer a esse, digamos, mecanismo de convencimento terá alguma eficácia positiva para convencer qualquer dos ministros, quando forem expor seus votos para condenar ou absolver os réus?
Falem sério, mas há advogados e advogados.
Há aqueles que engrandeceram essa honrada profissão num grande julgamento.
Há outros que a degradaram e a apequenaram.
Sem brincadeira.
É de se observar que muito embora a compração não acrescente nada de jurídico , foi o procurador-geral quem criou o clima de provocação demagógica ao encerrar sua acusação cantando um trecho de música de Chico Buarque. A patir daí foi obrigado a ouvir coisas como "apesar de você amanhã há de ser outro dia" ou " a tua piscina tá cheia de ratos, suas idéias não correspondem aos fatos",e por aí vai.
ResponderExcluirConcordo com você. Mas se você frequentasse as salas de sessões dos tribunais do júri aqui do nosso Estado, tanto do interior quanto da capital, veria que muitos promotores de justiça utilizam o mesmo expediente contra os advogados dos réus. Essa má conduta não é exclusiva dos advogados. Muitos promotores também tem a mesma conduta. Lastimável. Felizmente não é a totalidade dos promotores e dos advogados que tem essa conduta, mas apenas uma parcela.
ResponderExcluirInadmissível esse tipo de postura. Não somente no STF, mas na atuação diária do advogado, falando aos magistrados ou aos seus pares, bem como peticionando. Não há nada que justifique o ataque a pessoa. O advogado deve limitar as suas críticas aos fundamentos da decisão. Se há razões para afastar determinado magistrado do julgamento, o caminho correto é a arguição de sua suspeição ou impedimento. Houve advogado que, na tribunal, elogiou o Toffoli, mencionando a brilhante carreira que ele teve como advogado do PT. Deixou o ministro numa encruzilhada. Se condenar, dirão que foi para mostrar que é independente, se absolver, é porque tem compromisso com o partido.
ResponderExcluirImpressionante a semelhança fisíca dos dois,parecem irmãos siameses e não é nenhum demérito ser parecido com o Jô Soares.
ResponderExcluir