segunda-feira, 18 de junho de 2012
O aquecimento global é pra boi dormir. É?
Professor do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP), Rircardo Augusto Felício bateu ponto nas páginas de O LIBERAL, edição deste domingo.
Em entrevista ao repórter pelo repórter Thiago Villarins, ele repetiu, sem rodeios verbais, o que já vem dizendo há algum tempo a outra plateias: que aquecimento global, efeito estufa e anunciadas catástrofes ambientais supostamente decorrentes da intervenção humana não passam de conversa pra boi dormir.
Felício não é qualquer um.
É graduado em Ciências Atmosféricas - Meteorologia pela Universidade de São Paulo (1998). E tem mestrado em Meteorologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (2003) e doutorado em Geografia (Geografia Física) pela Universidade de São Paulo (2007).
Está tudo aqui, em Currículo Lattes.
Tais posições do professor escoram-se em hipóteses que, segundo ele, ainda nem foram testadas. Não são nem teses, portanto. São meras hipóteses.
Felício, que curiosamente não se deixou fotografar, deu recentemente uma entrevista ao Programa do Jô. Para quem não viu, veja o vídeo acima.
Uma pena que Jô Soares, em vez de questioná-lo mais a fundo sobre as questões, tenha mantido aquele estilo enfadonho e, às vezes, desrespeitoso, de fazer deboche - não piadas, deboche mesmo - sobre questões importantes e sérias que seus entrevistados abordam. Jô, parece, pensa que as entrevistas ficam descontraídas.
Não ficam.
Revelam apenas a sua resistência de abordar seriamente temas relevantes.
A questão essencial dessa questão, no entanto, não é essa. É outra.
Tem a ver com algumas revisões - seriam revisionismos? - que ambientalistas têm feito sobre conceitos, definições e, mais do que tudo, previsões a respeito de temas que rendem boas passeatas, animados bordões, mas podem iludir milhões de pessoas.
Felício pode até parecer polêmico e às vezes irreverente. E é mesmo. Mas está longe longe de adotar posições solitárias. Está muito longe de ser um exótico.
Há outros, muitos outros, que defendem com mais aprumo verbal, digamos assim, argumentos que precisam, no mínimo, ser sopesados, ser considerados, relativizados em meio ao berreiro de ativistas ambientais que, não raro, nem sabem sobre o que propriamente estão gritando.
Recentemente, "Veja" trouxe artigo assinado especialmente para a revista por Michel Shellenberger e Ted Nordhaus.
Eles também não são quaisquer uns.
Não são.
Ambos são antropólogos.
Escreveram o livro A Morte do Ambientalismo, de 2004.
Esmeram-se em desmontar a tese de que a modernização, portanto a intervenção humana, mata, destrói, dizima, atrai catástrofes e vai fazer o Planeta, este aqui, virar de pernas para o ar.
No artigo, dizem assim.
Não há dúvida de a humanidade está refazendo radicalmente a Terra, mas o temor de um apocalipse ecológico, de condenar esse mundo a uma destruição furiosa, não é sustentados pelas ciências. O aquecimento global pode desencadear desastres piores e a ruptura dos padrões de chuvas, degelo e agricultura, mas poucas evidências sugerem que ele acarretará o fim da modernização.
Prosseguem os dois antropólogos:
Mesmo os cenários mais catastróficos do painel climático da Organização das Nações Unidas (ONU), o IPCC, preveem um aumento do crescimento econômico. Enquanto muitos ambientalistas ricos alegam estar especialmente preocupados com o impacto do aquecimento global sobre os pobres, é o desenvolvimento rápido, e não o retardo, que tem mais chance de proteger os pobres dos desastres naturais e de perdas na agricultura.
Nestes tempos de Rio+20, convém prestar atenção e, repita-se, sopesar ponderações como essas.
Para que possamos passar sob o crivo da sensatez ativismos que, claro, animam a plateia e enchem de entusiasmo os politicamente corretos, mas pouco ou nada contribuem para dimensionar responsabilidades de pessoas e países na preservação do meio ambiente.
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Na boa, não precisa ser cientista pra ver que o planeta está agonizando. A temperatura aumentou em Belém em relacão ao passado, é nítido, ninguém pode contestar. Tem cidade que chovia mais e hoje chove menos. As secas e as inundacões aumentaram, os tsunamis também. Há cidades em que não havia tornados e hoje há. Não é ciência, são fatos concretos.
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