quarta-feira, 4 de abril de 2012

Alfredo Costa, agora deputado, descarta ser vice de Almir

O candidato do PT à Prefeitura de Belém, vereador Alfredo Costa, garantiu que nunca houve, até agora, qualquer contato do partido com o ex-governador Almir Gabriel, do PTB, para discutir eventuais alianças com vistas às eleições municipais de outubro. Logo mais, às 9h, Costa assume uma cadeira na Assembleia Legislativo do Estado.
No último final de semana, chegou a circular um boato de que Almir, aspirante a candidato do PTB à sucessão de Duciomar Costa, teria proposto formalmente fazer uma aliança com o PT, que indicaria o vice na chapa encabeçada pelo próprio ex-governador.
A motivação de Almir para propor o acordo seria uma espécie de retribuição do apoio dele à candidatura da então governadora Ana Júlia Carepa, em 2010, quando ela concorreu à reeleição e perdeu para o atual governando Simão Jatene (PSDB).
“Não houve qualquer conversa sobre isso. Até porque eu já sou o candidato do partido, escolhido em prévias. Já estamos, inclusive, discutindo planos de governo. Então, não haveria sentido em abrimos mão da candidatura”, disse o vereador ao Espaço Aberto.
Segundo o candidato petista, as conversas para a definição do vice em sua chapa estão em curso. Até agora, o partido já conversou com o PCdoB, PV e com o PRB do Pastor Raul Batista. Também deverá haver negociações com o PP do ex-deputado Gerson Peres e com o PSB.

Posse na Assembleia
Daqui a pouco, Alfredo Costa assumirá uma cadeira de deputado, na condição de suplente do petista Chico da Pesca, que teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral, em agosto do ano passado. Na Câmara Municipal de Belém, quem assumirá no lugar do vereador é a petista Milene Lauande.
Alfredo Costa ressaltou que sua posse como deputado estadual reforçará ainda mais sua candidatura a prefeito de Belém, um motivo a mais para considerar sem qualquer consistência as informações de que uma aliança com o PTB de Almir Gabriel e Duciomar Costa estaria na agenda eleitoral do partido.
Chico da Pesca, que a partir de hoje passará a ser substituído por Alfredo Costa, foi o quinto mais votado no pleito de 2010. Elegeu-se com 49,7 mil contos, surfando nas ondas da enorme influência de Miriquinho Batista (PT), eleito deputado federal.
Ele foi cassado sob a acusação, formulada pelo Ministério Público Eleitoral, de compra de votos durante a campanha de 2010, utilizando-se da máquina pública na Superintendência Federal de Pesca e Aqüicultura do Pará, órgão do qual era o superintendente regional até 2009, quando se desincompatibilizou para concorrer à vaga de deputado.
Em outubro de 2010, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal fizeram vários mandados de busca e apreensão de documentos e equipamentos na Superintendência Federal da Pesca e Aqüicultura, além de outros locais, entre eles, os escritórios políticos de dois parlamentares à época apenas eleitos, Chico da Pesca (PT) e Fernando Coimbra (PDT). Os dois são acusados de envolvimento nas fraudes do seguro-defeso, benefício pago aos pescadores pelo governo federal, em época de proibição da pesca.
O MPF estima que R$ 40 milhões foram desviados nas fraudes, que distribuía carteiras de pescadores a pessoas que nunca exerceram a atividade. Em troca, os beneficiados com as carteiras de pescador prometiam voto aos parlamentares. De um total de 50 mil pescadores no Estado do Pará, a fraude no seguro-defeso aumentou essa quantidade para mais de 150 mil, a maior parte falsos pescadores, de acordo com estimativa do MPF. Até donas de casa da capital, estudantes universitários, entre outros, constavam na lista dos beneficiados com as fraudes.

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