Da leitora Adelina Bia Braglia, sobre o artigo A divisão do Pará, da jornalista Ana Diniz:
Já havia lido o artigo da Ana, brilhante como sempre.
Aqui com minhas saias de cidadã paraense por escolha e reconhecida por diploma da Assembléia Legislativa, penso que a divisão do Pará me leva a perder nosso hino, sem as ricas florestas e os rios gigantes e que a corda do Círio jamais vai ser a mesma, num Pará tripartido.
Como voltaremos a cantar que "esse rio é minha rua"..?
Que "muro de Berlim" vai nos separar dos amigos, parentes e conhecidos do Tapajós e de Carajás?
Vamos esquecer o bolinho de piracuí? E a piabanha da vazante do Tocantins?
Vamos mesmo nos fragilizar frente à Vale, detentora das áreas minerais de Carajás? O Tapajós vai se sobrepor sozinho - com sua área de 75% de reservas florestais e terras indígenas que permitiria à região um projeto de desenvolvimento sustentável com foco no meio ambiente - e enfrentar os sojeiros subindo a BR-163?
Não me atenho aos dados estatístiscos, nem à divisão do PIB, do ICMS, do FPM. Acredito que na divisão quem perde são os mesmos de hoje no Pará unido. Quem ganhará serão os mesmos que hoje já ganham: a elite empresarial e política das três regiões.
Ontem li um artigo de um geógrafo paulista, José Donizete Cazzolato, afirmando que a divisão do Pará é boa para ....o Brasil.
Sinceramente, temos sido sempre muito bons para o Brasil. Quem sabe não é a hora de sermos, primeiramente, bons para nós mesmos?
Desculpe o desabafo para um santareno, mas somos amigos de fé, eu sei.
Mui amigo, hein PB?
ResponderExcluirChega ser deprimente o romantismo do pessoal do NÃO e NÃO!
ResponderExcluirRomantismo, cara-pálida? E o cinismo e cara-de-pau dos defensores da divisão para facilitar o butim dos eternos aproveitadores da boa-fé do povão?
ResponderExcluirBem que ela podia pedir transferencia do trabalho dela para Castelo dos Sonhos, DUVIDO.
ResponderExcluirE os românticos do SIM e SIM ficam de "mal" com os adeptos do NÃO e NÃO, achando que são menosprezados etc e tal.
ResponderExcluirAo fim e ao cabo, o desejável é que os dois lados lutem lealmente por seus objetivos, com argumentos que possam convencer os eleitores.
A estes (eleitores) cabe votar livremente em qualquer um, por ser democrático e livre o plebiscito.
Nada de patrulhamentos e bravatas muito próprios da politicagem partidária praticada no Brasil, comprovdamente falida.
Bom dia, caro Paulo:
ResponderExcluirrespondo ao anônimo das 15:04, pressupondo que ele fala sério e não foi cínico.
Não preciso mudar-me para Castelo dos Sonhos para temer a repartição da pobreza e a concentração da riqueza, que é o meu sentimento de cidadã sobre a divisão do Pará.
Moro em Belém, ando pelas ruas e basta olhar algumas passagens do Jurunas, conhecer a Vila da Barca sem ser pelas fotos do jornal, olhar minha vizinhança na própria passagem onde moro, na Pedreira, para ter certeza de que o problema não é Belém ser a capital, mas o Pará ser o alvo de projetos da UNIão e dos seus interesses "maiores" sem nenhum respeito à vida de um povo e ao projeto de um estado e de um governo. O Pará, para o Brasil, sempre foi um "acidente de percurso".
Além disto vivi 15 anos em Marabá. Sempre a trabalho, conheço boa parte do nordeste paraense e, infelizmente, menos do que gostaria do Baixo Amazonas. Mas Santarém e Oriximiná são maravilhosas lembranças na minha memória.
Sei que a Mineração Rio do Norte, a empresa, é uma ficção, pois a Vale e a Rio Tinto detém sozinhas 52% das suas ações, e sei que os interesses minerais da Vale no sudeste nada tem a ver com a melhoria da qualidade de vida da população daquela região.
É isso, anônimo, simples assim.
Um abraço pra você.
Abração, Paulo.