Dia do Advogado, dia da vergonha. Dito por uma advogada.

A advogada Paula Frassinetti Silva Mattos, uma das mais respeitadas do Estado e titular de banca das mais tradicionais no Pará, abriu o coração, para descomprimi-lo das decepções que o angu na OAB do Pará lhe tem causado, como a tantos outros colegas seus de profissão.
Ontem de manhã, não sem coincidência o Dia do Advogado, ela postou-se de beca e tudo no hall de entrada do prédio do Tribunal Regional do Trabalho, ali na Praça Brasil, onde funcionam a Corte e trocentas e tantas varas trabalhistas.
Naquela parte branca da beca, de cima a baixo, de fio a pavio, estava escrito em letras garrafais, em vermelho: VERGONHA.
Assim trajada, assim postada, a advogada entreteve-se, durante a manhã inteirinha, em distribuir a carta acima.
O texto não chegou pra quem quis.
Advogados e cidadãos comuns, às dezenas, se interessaram em pegar a carta para ler.
Lá pelo final da manhã, Paula subiu e foi distribuir cópias também nas varas do Trabalho.
Confiram o desabafo.
No desabafo, notem este trecho.
"Não admito que ninguém ouse macular uma instituição que não é minha, mas de todos os advogados, inclusive e principalmente dos que escrupulosamente exercem o seu mister.
"Não admito ter que ouvir piadas e indiretas nos corredores dos fóruns e mesmo dentro de um táxi acerca dos inexplicáveis acontecimentos que atingem a instituição que deveria me representar.
"Hoje é dia do advogado e eu me orgulho disso.
"Mas também é dia de muita vergonha, que é como me sinto diante dos acontecimentos acerca dos quais não vislumbro soluções reparadoras".

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