quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Oh, liberdade!

No blog Na Rede, da jornalista Ana Diniz, sob o título acima

O poema a seguir, que traduzi livremente, é a versão francesa para o coro dos escravos da ópera Nabuco, de Verdi – ária mundialmente conhecida como “Va, pensiero”.
Está aqui porque quero falar dessas eleições que acabaram de acontecer. Porque finalmente elas foram inteira, total, integralmente livres.
Muitos encontraram nelas diversos problemas éticos. Eu também, mas nada além do que se pratica todos os dias no Brasil: o político que coloca a mulher para continuar governando através dela; a legenda que aproveita a popularidade de um comunicador (nesta eleição foi a vez do Tiririca) para eleger terceiros; os instrumentos da baixaria, que existem em toda parte em pequena escala.
Mas, tirando o argueiro do olho, poderemos contemplar também o povo erguendo sua voz, em campanhas – algumas podem até ser consideradas inoportunas - e obrigando os candidatos a ouvir. Podemos sorrir felizes do caldeirão na internet, rir dos disparates da campanha na tevê. Se nos posicionamos mais distantes, podemos avaliar o poderoso duelo que se travou de norte a sul do país – pela primeira vez sem dicotomias, e pela primeira vez sem medo algum.
Foi para isso, exatamente para isso que lutamos tanto. Então meu pensamento vai nas asas douradas de Verdi com as palavras de Claude Lemesle - ao lado, na voz de Nana Moskouri:

Quando tu cantas, eu canto contigo, liberdade!
Quando tu choras, eu choro também tuas dores!
Quando tu tremes, eu rezo por ti, liberdade!
Na alegria ou nas lágrimas eu te amo.
Lembras-te dos dias de tua miséria,
Meu país, teus barcos eram galeras.

Quando tu cantas, eu canto contigo, liberdade!
E quando estás ausente, eu te espero.
Quem és tu? Religião ou simples realidade?
Uma idéia de um revolucionário?
Eu creio que tu és a única verdade,
A nobreza de nossa humanidade
Eu compreendo que alguém morra para te defender,
Que alguém passe sua vida te esperando.

Quando tu cantas, eu canto contigo, liberdade!
Na alegria ou nas lágrimas eu te amo.
As canções da esperança têm teu nome e tua voz
O caminho da História nos conduzirá para ti,
Liberdade, liberdade!

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