Do Portal IMPRENSA
O Brasil passou a ocupar a 58ª posição no ranking mundial de liberdade de imprensa realizado pela organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF), divulgada nesta quarta-feira (20). O país subiu 13 posições graças a uma "evolução favorável na legislação" sobre o tema, de acordo com a entidade.
Segundo informações da BBC Brasil, o responsável pela atuação da RSF nas Américas, Benoît Hervieu, declarou que as eleições deste ano também contribuíram para a colocação do Brasil no ranking: "Um passo positivo foi dado às vésperas das eleições, com a revogação da lei que proibia caricaturar políticos".
Além disso, Hervieu citou a ausência de violência grave contra a imprensa, maior sensibilização do poder público ao acesso à informação e o fato de o país ter uma "das comunidades mais ativas na Internet".
Em um capítulo intitulado "Crescimento econômico não quer dizer liberdade de imprensa", o Brasil foi o único país do grupo dos BRICs - que engloba Rússia (140º), Índia (122º) e China (171º) - a evoluir no ranking, subindo 12 posições e ocupando o 58º lugar.
O representante da ONG ressaltou que, mesmo com os dados apontando uma melhora brasileira na questão da liberdade de imprensa, ainda existem muitos problemas ligados à realização do trabalho jornalístico no país: "Ainda existe uma forte censura prévia no Brasil. Nos últimos anos vimos uma multiplicação de ataques nesse sentido".
Para Hervieu, as medidas judiciais que impedem a mídia de divulgar "nomes e sobrenomes" em determinadas matérias são "ridículas", e que a Justiça brasileira sofre influência política.
Sobre as críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a imprensa recentemente, Hervieu declarou que a posição adotada pela mídia em repercutir as declarações de Lula dizendo que "são uma ameaça à imprensa é exagerada".
No ranking mundial de liberdade de imprensa divulgado pela RSF, a Finlândia, Islândia, Holanda, Noruega, Suécia e Suiça aparecem empatados em primeiro lugar. No final da lista estão Turcomenistão (176º), Coreia do Norte (177º) e Eritréia (178º).
Em maio deste ano, a organização divulgou uma lista sobre liberdade de imprensa em que o Brasil havia subido do 82º para o 71º lugar. Já Portugal caiu 14 posições, passando a ser o 30º país do ranking.
Com certeza, a melhoria na posição brasileira não se deveu ao Lula e seus seguidores e, sim, àqueles que se opuseram às suas propostas que objetivam tutelar a imprensa livre.
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