Internos escapam do Ciam

No AMAZÔNIA:

Dez menores de idade fugiram do Centro de Internação do Adolescente Masculino (Ciam), no bairro do Jardim Sideral, durante a manhã de ontem. Policiais militares da Companhia Independente Especial de Polícia Assistencial (Ciepas) fizeram buscas pelo bairro, mas até o fim da tarde de ontem os menores de idade não tinham sido localizados. Essa foi a segunda fuga em menos de um mês. Os adolescentes aproveitaram que somente cinco agentes da Fundação da Criança e do Adolescente (Funcap) estavam no local - e nenhum policial militar - para dar início a uma rebelião e em seguida pular os muros do centro.
Um dos agentes, que preferiu não se identificar, contou que a fuga de ontem seguiu um padrão já conhecido: os internos quebraram as camas de concreto e com as pedras abriram um buraco na parede do quarto-cela, como é chamado o local onde dormem, para em seguida pular o muro do local. Dos 20 quartos-celas, três registraram fugas. 'Eles começaram a gritar, jogar pedra na gente e passavam pedras para os quartos vizinhos. Foi uma confusão, com gritaria e tudo', conta o funcionário da Funcap. Antes da fuga, o centro abrigava 49 adolescentes de 13 a 17 anos.
De acordo com o agente, o certo é ter 15 monitores por turno, mas o número sempre é menor. Desde o distrato dos temporários, o efetivo ficou ainda mais fragilizado, ressalta o agente. Além disso, os três policiais militares do Ciepas que costumavam ficar no local passaram a fazer rondas esporádicas há dois meses. 'Os meninos reparam isso. Eles notaram que não teria muita dificuldade e fizeram a arruaça', avalia o monitor.
No dia 29 de janeiro, cinco adolescentes fugiram do Ciam de maneira semelhante. Na ocasião, três foram apreendidos logo depois. Quando são localizados e trazidos de volta para o centro, são autuados na Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data) por dano ao patrimônio público. 'Já houve tantas fugas desta mesma forma que o pedreiro vive aqui consertando as paredes. Enquanto não fizerem paredes de concreto, vai continuar acontecendo isso', completa o funcionário do Ciam.