Os irmãos Monteiro – Maurílio e Marcílio -, do núcleo duro, duríssimo da governadora Ana Júlia, entraram na parada.
Entraram em campo para viabilizar a aprovação do empréstimo de R$ 366 milhões na Assembléia.
Suas Excelências, o primeiro secretário Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, o segundo de Projetos Estratégicos, estão reunidos neste exato momento num dos gabinetes da Assembleia Legislativa.
Reúnem-se com a bancada do PT.
Tentam afinar o discurso para a batalha em plenário.
Tentam afinar o discurso para reunião de amanhã, com os líderes partidários.
José Megale, líder do PSDB, e Parsifal Pontes, líder do PMDB, já confirmaram presença.
E também deve estar com discursos afinados.
Contra o empréstimo, evidentemente.
Acompanhemos.
Caro Paulo:
ResponderExcluirda forma como vem sendo discutida na imprensa a questão da aprovação ou não do empréstimo, a sociedade fica assistindo algo parecido com um "cabo de guerra eleitoral".
E o assunto é muito mais grave do que mera pinimba de situação ou de oposição, embora a falta de dados e informações faça mesmo parecer isto.
Dinheiro público é informação pública. Transparência é mais do que um chavão democrático. É uma necessidade, para que as pessoas possam formar opinião e tomar posições. Assim, aí vão alguns números que podem clarear a questão.
Primeira informação: a receita própria arrecadada em 2009 foi inferior à de 2008. AH!, mas a crise explica tudo. Só não explica como, num período de crise, as despesas correntes realizadas cresceram de R$ 7.166.199.352,00 para R$ 7.801.521.246,00, nos mesmos dois anos.
Como são valores constantes de dezembro de 2009, todos os números podem ser comparados sem susto.
O Governo Popular não decretou falência porque as transferências cobriram o rombo, juntamente com as Operações de Crédito.
São estes os dados: R$ 5.148.354.271,00 em 2008 e R$ 5.314.356.000,00 em 2009 de Transferências Correntes – aquilo que obrigatoriamente a União transfere aos Estados - e R$ 142.369.238,00 e R$ 511.640.000,00 de Operações de Crédito (não, não é erro de digitação, o salto é esse mesmo) em 2008 e 2009, respectivamente.
Ou seja: o Governo Ana Júlia inaugurou uma forma de viver sem trabalhar: recebe de transferências e empréstimos mais do que é capaz de arrecadar.
A matemática é simples: as receitas transferidas ( a soma de transferências correntes, operações de crédito e transferências de capital) é R$ 5.148.354.271,00 em 2008 e R$ 5.314.356.000,00 em 2009. Os valores são superiores do que os valores arrecadados diretamente pelo estado: R$ 4.875.977.201,00 e R$ 4.854.722.000,00 em 2008 e 2009, respectivamente.
Negar um novo empréstimo nestas condições não é uma questão de torcida. Negar um cheque no escuro é uma questão de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência como determina o art. 37 da Constituição Federal no que se refere aos créditos públicos.
Se isso não ocorrer, aí sim, teremos um arremedo de Remo x Paissandú, tristonho, leviano, irresponsável. Seremos todos tunantes, sem ofensas.
Abração.