No AMAZÔNIA:
A reunião dos dirigentes de Remo e Paysandu com representantes do Ministério Público do Estado, Seel, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Federação Paraense de Futebol, ontem pela manhã, na sede do MP, acabou se constituindo em um tiro n’água para azulinos e bicolores. Os presidentes do Leão, Amaro Klautau, e do Papão, Luis Omar Pinheiro, solicitaram o encontro a fim tentar a liberação do Mangueirão para o Re-Pa, que seria disputado no domingo, 7. Mas o MP e os órgãos de segurança mantiveram a decisão tomada na véspera de só permitir a reabertura do estádio para jogos após as obras de melhorias do local terem sido concluídas, conforme exige o Termo de Ajuste de Conduta (TAC), assinado pela Seel, em 2008.
Na terça-feira à noite, o promotor Domingo Sávio, coordenador das promotorias constitucionais do Ministério Público do Estado, já havia adiantado que o MPE manteria a posição de não permitir jogos no Mangueirão até a conclusão das obras. Sávio informou que a Promotora de Defesa do Consumidor, Helena Muniz, assim como os demais promotores, só concordaram com a nova reunião por uma questão de gentileza. Ele deixou transparecer em entrevista a uma emissora de rádio que os dirigentes tentavam vender ao torcedor a ilusão de que seria possível reverter o resultado da reunião da terça-feira.
A posição irredutível do MPE e órgãos de segurança, como não poderia ser diferente, desagradou aos cartolas. Os dirigentes pretendiam ter a realização da partida, ainda que o estádio tivesse sua capacidade de público reduzida. A proposta chegou a ser apresentada por Luiz Omar e Klautau, no encontro, conforme revelou Helena Muniz, mas foi rechaçada de imediato. 'Em hipótese alguma permitiriamos que o estádio fosse aberto, mesmo dentro dessas condições', afirmou a promotora. 'Estamos vendo a questão da segurança do público e de todos que estariam envolvidos na partida', arrematou.
A reunião foi uma espécie de repeteco da de segunda-feira, com apenas uma diferença: em tempo mais curto. Desta vez em uma hora foi anunciado que o Re x Pa estava definitivamente adiado para o dia 7 de março. O presidente do Paysandu, Luiz Omar, deixou o encontro mais cedo alegando 'afazeres particulares'. Na saída do MP, o dirigente conversou com a imprensa, mostrando-se revoltado. 'Tentamos argumentar, mas não houve jeito', lamentou. 'Acho que está havendo muita rigidez com a lei. Em outros Estados e aqui mesmo têm estádios em piores condições do que as do Mangueirão e estão sendo utilizados', complementou.
O presidente do Remo, Amaro Klautau, também estava inconformado com o veto definitivo do Mangueirão. 'Acho que o clássico poderia sim ser realizado no domingo. Chegamos a sugerir a redução da capacidade de público, mas a proposta, lamentavelmente, não foi aceita. Continuo entendendo que o Re x Pa poderia sim ser disputado no Mangueirão, mas o Ministério Público (do Estado) e os órgãos de segurança entenderam de outra forma', discursou. O dirigente questionou o adiamento da partida para o dia 7 de março. 'E se até lá o Mangueirão não estiver com suas obras prontas, como é que fica?', indagou.
O titular da Seel, Jorge Panzera, informou que até o dia 28 as melhorias no Mangueirão estarão concluídas. 'Esse foi o prazo que foi dado às empresas responsáveis pelos serviços', revelou. O secretário culpou os tramites burocráticos pela demora no início das obras exigidas pelo TAC. 'Havia a necessidade do processo de licitação, como em qualquer obra pública, e isso só foi possível se fazer em agosto, quando foi encerrada a fase de jogos no estádio', explicou. Panzera reafirmou a posição de segunda-feira, quando afirmou que o estádio teria condições de receber o Re x Pa sem risco de acidente para o torcedor.
'No nosso entendimento, o Mangueirão poderia ser utilizado, já que as obras exigidas não dizem respeito à parte estrutural do estádio, mas sim de readaptação', alegou. Ele comparou as condições do estádio estadual a de outros estádios que estão sendo utilizados no campeonato. 'Sem dúvida que o Mangueirão apresenta risco de acidente para o torcedor bem menor', disse.
O Ministério Público está certo: em primeiro lugar, vem o direito do torcedor, enfim, a proteção do torcedor; depois é que vem os interesses econômicos das agremiações e da FPF.
ResponderExcluirNo caso da decisão da Presidência do TJD/PA, a decisão foi no mesmo sentido, mas foi atropelada pela FPF.
Parabéns, portanto, aos promotores!!!