Deputados há – governistas, inclusive – que se mantêm vigilantes.
Mantêm-se na expectativa.
Mantêm-se atentos.
De olho no Palácio dos Despachos.
De ouvidos antenados nas informações que procedem do gabinete de Sua Excelência a governadora Ana Júlia e arredores.
Todos iniciam a semana na seguinte expectativa: a governadora, afinal, vai ou não convocar a Assembleia Legislativa para um período extraordinário, quando seria votado o projeto que o Executivo pede autorização legislativa para contratar um empréstimo de R$ 366 milhões junto ao BNDES?
É a pergunta da hora.
É a pergunta que não quer calar.
Os deputados diriam que “não”, que a governadora não pode convocar a Assembleia, porque assim estaria descumprindo o acordo.
Que acordo?
O acordo acertado na sexta-feira, na Assembleia, pelo líder do governo, Airton Faleiro (PT), com os demais líderes.
Consistiu no seguinte: o limite de remanejamento de verbas orçamentos subiria dos 3% propostos pelo deputado Parsifal Pontes (PMDB) para 18%, como admitia o governo e, em troca, o projeto de empréstimo ficaria apenas para fevereiro do próximo ano.
Tudo muito bom.
Tudo muito bem.
O acordo foi selado.
O acordo, todavia, teve como fiador o líder petista Airton Faleiro – vale repetir.
Mas chefe da Casa Civil, Cláudio Puty, que bateu ponto na Assembleia, na semana passada, foi muito claro: era preciso esperar Ana Júlia voltar de Copenhague, onde participou da COP-15. Ela é que dirá, afinal, se convoca ou não a Assembleia.
Se convocar, Sua Excelência pode ficar certa: os líderes, quase certamente, vão encaminhar a votação no sentido de que o projeto de empréstimo seja sumariamente rejeitado.
De outro lado, se o projeto ficar para o ano que vem, dificilmente haverá tempo hábil para o governo gastar a grana como pretende, num ano eleitoral.
Ana Júlia, como se vê, está numa saia-justa.
Justíssima.
Justíssima e com cheiro de derrota para o governo.
Bem, pelo menos o tal Puty revela com essa declaração que é leal à governadora e, por sua vez, o senhor Aiton Faleiro mostra sua vontade de se impor mais que ela. Sintomático.
ResponderExcluirSem chance de convocação.foi acordo firmado por todos os lideres de Partidos.
ResponderExcluirConvocar será rebeldia escancarada e a derrota para os empréstimos é pule de dez.