“Estilo ternura” de Sérgio Couto divide seus eleitores

Segmentos que apoiam a candidatura do advogado Sérgio Couto à presidência da OAB-PA, pela chapa OAB Independente, estão divididos quanto à estratégia utilizada durante o debate na TV RBA, na última quinta-feira (29).
Nesse debate, se vocês estão lembrados – e certamente que o assistiu não esquecerá -, Sérgio mostrou-se surpreendente conciliador, sereno, esbanjando ternura.
Uma postura que, conforme observou o blog, não deixou de ser surpreendente.
Surpreendeu porque o candidato, conforme ele mesmo reconhece publicamente, tem “pavio curto”.
E Sérgio Couto, além disso, tem adotado, desde que resolveu se lançar candidato em oposição a Jarbas Vasconcelos, da chapa Juntos Pra Avançar, uma postura oposicionista configurada num discurso dos mais contundentes.
E tanto é assim que o mínimo – o mínimo mesmo – que Sérgio tem dito sobre o acordo que selou a candidatura de Jarbas é que ele, o acordo, é “espúrio”.
O segmento que apoia o novíssimo estilo ternura de Sérgio Couto acha que o candidato cai bem nesse figurino – ou o figurino cai bem nele, se quiserem -, uma vez que não haveria qualquer contradição entre a contundência verbal e a elegância no trato com os adversários.
Os que aderem ao estilo paz e amor de Sérgio Couto também observam que o candidato, em verdade, não abriu mão de sua contundência e da crueza com que desfiou suas verdades para criticar Jarbas, e sim modulou-as num tom e numa forma que pareceram, à primeira vista, nem tanto agressivas para boa parte do distinto público que assistiu ao debate.

Ternurice exagerada
Ao contrário, o segmento de eleitores de Sérgio Couto que discorda de sua ternurice exagerada notam que o candidato fica totalmente desconfortável e não parece nada verdadeiro ao interpretar, digamos, um novo personagem.
Mesmo que o personagem esteja imbuído de propósitos claramente eleitorais.
O melhor de Sérgio Couto, acham os indignados com sua conversão a um estilo lorde de ser, é justamente a sua contundência, o manter-se sempre no ataque, o soltar a língua sem medo de indispor-se com quem quer que seja.
Entendem os antiternuristas que Sérgio Couto, no papel de Sérgio Ternura, soa falso. Mal comparadamente, é como se um remista tentasse mostrar-se friamente educado quando o Paysandu faz um gol no Remo – e vice-versa, um bicolor quando o Remo marca um tento no Paysandu.
De qualquer forma, e enquanto os coutistas discordam entre si, convém aguardar o próximo embate entre Jarbas, Sérgio Couto e Mailton Ferreira, da Nova Ordem.
Será no dia 9 próximo, na TV Cultura.
Até lá, vale notar, o debate vai continuar.
Vai continuar pelas páginas de O LIBERAL.
Leiam a nota ao lado.
Está no caderno de Atualidades deste domingo.
Nela, Sérgio Couto ataca Jarbas.
No caderno Poder, também deste domingo, tem outra nota que o blog vai disponibilizar mais tarde.
Nela, Jarbas ataca Sérgio Couto.
É o aperitivo.
Um aperitivo para a entrevista na TV Cultura.