No AMAZÔNIA:
O desespero tomou conta da família Moura, que reside em Inhangapi e veio a Belém para trazer o patriarca, João Moura, de 78 anos, para o Hospital de Pronto-Socorro Municipal do Guamá (HPSM) Humberto Maradei, onde ele teria passado por um procedimento em um dos pulmões. O idoso deu entrada no hospital por volta das 23h do último domingo, e ontem pela manhã, os familiares do paciente, sem notícias detalhadas sobre seu quadro clínico, se revoltou com a situação. Um dos netos, Alexsandro Moura, de 27 anos, se desesperou quando viu que a mãe dele desmaiou e tentou entrar no hospital para socorrê-la, já que, segundo ele, ninguém do HPSM prestou socorro, o que o obrigou a invadir o local mesmo contra a força dos guardas municipais, que partiram para a briga com Alexsandro e outros membros de sua família, em mais uma cena que confirma o caos na saúde pública do município.
O confronto aconteceu por volta das 11h de ontem, quando a família de João Moura cobrava o boletim médico que, de acordo com Alexsandro, deveria ser divulgado para a família às 8h, o que não aconteceu. 'Esperamos o boletim das 8h e das 11h. Como ninguém falava nada, minha mãe e minha tia entraram no hospital em busca de notícias. De repente, ouvi um estrondo e quando percebi era minha mãe que tinha caído no chão', relada Alexsandro.
Durante o tumulto, a população também aderiu ao confronto. Do lado de fora do HPSM, as pessoas pediam para que os portões do hospital fossem abertos. Em um determinado momento, um dos guardas municipais chegou a levar a mão até a arma, ameaçando sacá-la. Contudo, não houve tiros.
Auxiliar de produção, Alexsandro conta que não viu quando o guarda tentou sacar a arma. Ele diz que o avô está passando por graves problemas de saúde e que seu desespero nem foi por isso, mas pelo fato de ele ver sua mãe caída e ninguém do hospital lhe prestando nenhum tipo de atendimento. 'Quando vi a cena, tentei entrar no hospital. Pedi pelo amor de Deus para os guardas me deixarem entrar. Minha mãe estava caída e ninguém fazia nada. Eu fiquei desesperado. Tive que agir. Por isso, entrei na marra, mas logo levei uma gravata e um soco. Eu, então, me defendi. Sou homem, um pai de família e não ia deixar que me batessem sem fazer nada', explicou.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informou que o paciente João Tavares de Moura deu entrada no HPSM do Guamá às 23h do último domingo, vindo do município de Inhangapi, com câncer em estágio terminal. Mesmo não sendo perfil de atendimento do hospital, o paciente foi atendido, fez uma drenagem de pulmão ontem pela manhã e encontra-se internado na Unidade de Reanimação do hospital, que funciona com suporte de UTI. De acordo com a secretaria, o paciente está estável e consciente.
"Mesmo não sendo perfil de atendimento do hospital, o paciente foi atendido, fez uma drenagem de pulmão ontem pela manhã...".
ResponderExcluirCaro blog, qual o perfil de atendimento do PSM?
Qual o local adequado para referido senhor ser atendido e, principalmente, tratado?
A saúde está um caos e quem não tem quem ajude reage da maneira que vimos na televisão, certamente movido pelo desespero, motivado e incentivado pelas péssimas condições do PS.
Embora possa causar estranheza, o caso deste paciente não é o perfil de atendimento do PSM do Guamá.
ResponderExcluirEste nosocômio só está capacitado a atender casos como unha encravada, joelho ralado, nervo do pé distorcido e puxão de cabelos. Casos mais graves como dor de barriga e dor de dente devem ser encaminhados aos serviços médicos particulares.