A carta a seguir, sob o título acima, foi publicada na seção de cartas de O LIBERAL, edição desta sexta-feira (29).
É assinada por Orlando de Menezes Martins, auditor aposentado do Basa, que se solidariza com o jornalista Francisco Sidou, afastado pelo presidente da Casf, José Prado, sob a acusação de ter vazado uma nota para o Diário do Pará.
Sobre a demissão de Sidou, leia aqui, aqui, aqui e aqui.
A seguir, a carta de Martins.
-----------------------------------------
Não poderia ficar omisso diante de uma grande injustiça que o presidente “perpétuo” da Casf, José Prado, acaba de cometer demitindo o competente jornalista e benquisto colega Francisco Sidou. Esse sentimento de rejeição a ato tão lamentável da diretoria da Casf é de quase unanimidade entre os aposentados do Basa, numa sólida corrente de solidariedade ao nosso bravo representante no Conselho da Capaf, eleito por duas vezes pelo voto direto, sempre com a maior votação, em pleitos de abrangência nacional.
Sidou estava marcado para “morrer” não por falta de competência como jornalista, que tem até de sobra, fato que toda a comunidade belenense conhece, em razão de seus artigos incisivos e corajosos em O Liberal, sempre defendendo a cidadania e combatendo o “mau-caratismo”, como dizia o “prefeito” Odorico Paraguassu. Na verdade, Sidou foi “abatido” em pleno voo por uma “confraria de pequenos títeres” que só valorizam áulicos e não suportam profissionais que se portam com altivez, dignidade e decência como o jornalista sempre pautou seus atos. Há dois anos ele vinha sendo “achacado” moralmente na Casf, como uma espécie de retaliação pela sua postura independente no Conselho Superior da Capaf, onde representa com muita altivez os aposentados e pensionistas, desgostando “Dom” Sales, presidente da Capaf, cargo que ganhou por indicação de amigos petistas do “peito”, e onde se aboletou há mais de quatro anos, ganhando 12 mil reais mensais, “pouco se lixando” para as pensionistas, que amargam perdas históricas oriundas de erros de cálculos em seus parcos benefícios há mais de 10 anos. Erros que o bravo Sidou vem cobrando correção há mais de 5 anos no Conselho da Capaf, comprovado que ficou o direito líquido e certo das pensionistas, através de pareceres atuariais e jurídicos.
Pouco se “lixa” também “Dom” Sales para os juros escorchantes cobrados nos empréstimos da Capaf (também objeto de luta aguerrida de nosso representante), que estão levando à petição de miséria grande legião de aposentados e pensionistas, muitos recebendo folhas de pagamento “zeradas” ao final de cada mês, sobrevivendo tão-somente pela caridade cristã de filhos e netos.
-----------------------------------------
“Sidou foi “abatido” em pleno voo por uma “confraria de pequenos títeres” que só valorizam áulicos e não suportam profissionais que se portam com altivez, dignidade e decência como o jornalista sempre pautou seus atos.”
-----------------------------------------
Na sua arrogância e presunção, os dirigentes da Capaf esquecem os mínimos princípios de solidariedade cristã e nem atentam para a grave advertência do Profeta Isaías: “Ai daqueles que decretam leis injustas para privarem da justiça e arrebatarem o direito dos necessitados, das viúvas e dos órfãos” (Isaías 10.1.2). Pois bem: mesmo sabendo que sua cabeça estava a prêmio, Sidou nunca se curvou e prosseguiu no bom e tenaz combate no Conselho da Capaf, solicitando providências ao Conselho Fiscal, por exemplo, para definir responsabilidades sobre uma estranha “aplicação” de R$ 3 milhões de reais numa “arapuca” do interior paulista, de nome Eletrodireto, que vendia quinquilharias e faliu logo depois da malfadada aplicação. Há uma espécie de “confraria do silêncio” em torno dessa operação, só quebrada pelos constantes pedidos de esclarecimentos e de providências de parte de nosso bravo representante. Também impediu Sidou que a diretoria da Capaf negociasse os 10% de ações que detém no “Shopping Iguatemi”, que estranhamente queriam “repassar” a uma corretora do ramo, antes do projeto de expansão daquele Shopping, prevendo a construção das salas de cinema, o que certamente valorizou bastante aquele investimento de longo prazo.
O leitor atento pode se perguntar: mas o que tem a ver tudo isso com a demissão do jornalista da Casf? Elementar, meu caro. “Dom” Prado (presidente da Casf) e “Dom” Sales (presidente da Capaf) são como “unha e carne”, amigos para sempre. Mexeu com um mexeu com o outro. Logo, ”Dom” Sales, injuriado com a atuação destemida do conselheiro Sidou na Capaf, queixava-se constantemente dele junto ao presidente da Casf, insinuando que sua demissão seria uma boa “lição” para quebrar suas”forças” e talvez deixá-lo “a pão e água”, quem sabe? Dom Sales também é “conselheiro” da Casf, onde ganha um jeton nada desprezível de 800 reais mensais, mais do que os proventos da maioria dos aposentados e pensionistas da Capaf.
Em resumo: Sidou sofria “achaques” na Casf pela sua atuação altaneira no conselho superior da Capaf. Mas, quem planta ventos colhe tempestades. A primeira “tempestade” já foi “colhida” pela direção da Casf diante da vitória retumbante da chapa de oposição ao Conselho Fiscal da entidade, jogando “água no chope” nos planos de seu presidente em “eleger” em 2010 “uma herdeira presuntiva do trono”. O “rei” da Casf está nu. A exemplo de Carolina, só ele ainda não viu.
Orlando de Menezes Martins
Auditor aposentado do Basa
Rua Braz de Aguiar, 724
Belém
Boa noite, caro Paulo:
ResponderExcluirao ler no texto a exposição de confraria de pequenos títeres lembrei de uma conversa, em 1994, num corredor da Fundação SEADE onde trabalhava.
Conversava com um amigo, antigo militante, abatido pelos descaminhos que o país seguia entre as "eras" Collor-FHC, que definiu nossa perplexidade com a seguinte frase:" O problema é que somos de uma geração que tinha um grande inimigo a combater. Hoje estamos cercados de pequenos canalhas".
Um abraço.
É verdade, Bia.
ResponderExcluirE a perplexidade continua...
Abs.
Os pequenos títeres estão em toda parte. Elessãoquatro,porexemplo, que compõem o tal "núcleo duro" do desgoverno Ana Júlia, todos desmascarados ontem pelo Charles Alcântara na bombástica entrevista que concedeu ontem, na briosa Rádio Tabajara FM,aos jornalistas (dos bons) Carlos Mendes e Francisco Sidou. Eles não receberam um mísero voto sequer naseleições de 2006,mas sejulgam no direito de"orientar" a Governadora eleita pelo povo. São uns simulacros de pequenos títeres com pretensões "bolchevistas" . Se a governadora não chamar de volta o seu ex-amigo Charles vai acabar "dançando" ao som do carimbó da macaca... Esses quatro estrategistas de seu "núcleo duro" têm toda a"pinta" de se transformarem nos quatro cavalheiros do apocalipse de seu governicho.
ResponderExcluirÉ Bia,
ResponderExcluirHomem também das letras, Orlando Martins, continua ligado.
Pelo que se vê, acaba sobrando para os segurados da CASF o pagamento da conta que Sr. Prado, com a sua arrogância e a sua mania de grandeza, plantou à frente da CASF. Não é à-toa que findou o mandato passado em crise com os diretores de então. Também não é à-toa que não consegue unidade na sua atual gestão. A fogueira entre ele e o Diretor Financeiro “arde em chamas” tão rebeldes que nem mesmo os seus amigos comuns, conseguem apagar. Não é mesmo possível. Prece que o Diretor não está disposto a perdoar a omissão e a intolerância do Prado em relação às obrigações da CASF junto a Agência Nacional da Saúde(como no caso dos famigerados fundos garantidores, me parece). Já se sabe que a CASF hoje baila na valsa “Dois prá Lá, dois prá Cá”. Infidelidade ou brios do diretor desgarrado?. Precisamos descobrir. E isto é missão para um jornalista desempregado e um auditor aposentado.
De volta ao cerne da questão, faço coro com o ex-colega e auditor Orlando Martins, protestando contra o massacre de Dom Prado e Dom Sales contra o Sidou, nosso solitário e destemido representante no Conselho da CAPAF. Se uso do anonimato para dar eco ao meu protesto, não o faço por covardia, mas por sensatez e porque conheço o Sr. Prado desde os tempos em que atuou como agente do SNI, camuflado no Banco, a serviço do Regime Militar de 64. Meus netos e minha bisneta ainda precisam de mim. Não para sustentá-los - graças a Deus - mas para afagá-los. Eu, que fiz da Família a razão do meu viver, sou quase uma rara exceção dentre os aposentados e pensionistas da CAPAF que, debaixo do calcanhar do Sr. Sales, sobrevivem “pela caridade cristã de filhos e netos”, como diz Orlando Martins, meu dileto amigo e ex-colega, auditor de elite que foi no Banco, desde os tempos de BCA.
Parando por aqui, confesso não acreditar que o Sidou possa se render aos arrochos dos falsos “donos da verdade”. Com certeza não vai deixar barato a ofensa moral praticada contra os seus brios de homem sério e pai de família exemplar.
Sei que “o bicho vai pegar”. Vamos clamar ao poder de Deus e à justiça dos Homens para que não sejamos nós quem vai ”pagar o pato” que o Sr. Prado cevou. Se isso acontecer, vai caber ação regressiva que, com certeza, o novo Conselho Fiscal não vai deixar passar em branco.