terça-feira, 28 de abril de 2009

Invasores levam 10 autuações

No AMAZÔNIA:

Os dezoito integrantes de movimentos sociais que foram presos em uma operação das polícias Civil e Militar no último final de semana em Tucuruí, no interior do Estado, já estão à disposição da Justiça, em Belém. Acusados de invadir o canteiro de obras das eclusas da hidrelétrica daquele município, eles foram autuados em flagrante, na Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) da Polícia Civil. A decisão foi criticada pela comissão de advogados de defesa, que está preparando um pedido de liberdade provisória a ser protocolado ainda esta semana. 'Essa detenção só vai dificultar a garantia de direitos dos trabalhadores e atrasar a solução das reivindicações deles', avaliou o advogado Jorge Farias, da União de Negros pela Igualdade (Unegro).
A prisão dos trabalhadores - dezesseis homens e duas mulheres - transcorreu à madrugada e manhã de domingo no canteiro de obras da hidrelétrica. Junto a eles, havia pelo menos 300 outros manifestantes, entre membros do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), da Via Campesina, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Associação de Pescadores de Tucuruí. Eles ocupavam o local deste sexta-feira como forma de protesto contra a desocupação dos terrenos próximos às barragens, e chegaram a render um funcionário da Eletronorte durante a ação, segundo a polícia.
Durante toda a madrugada de ontem, uma força-tarefa teve de ser organizada na DRCO em Belém para fazer as autuações de todos os presos. Dez deles chegaram de carro à capital às 16 horas de ontem, enquanto que o restante do grupo, que antes havia sido encaminhado à Delegacia de Tucuruí, chegou às 20 horas. Cada um deles recebeu dez autuações em flagrante, por formação de quadrilha; incitação ao crime; invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola (sabotagem); tentativa de incêndio; extorsão; dano material; resistência; atentado contra segurança; desobediência e cárcere privado.
Segundo o delegado Rogério Moraes, diretor da Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe) e responsável pelas investigações, a desocupação do local pelos militantes foi conflituosa, mas não houve disparos de armas de fogo, letais ou não letais. Junto com eles, no entanto, foram apreendidos escudos artesanais, granadas caseiras, machados, pedaços de pau, barras de ferro e outros materiais usados supostamente 'para defesa'.
Desde que chegaram à DRCO, os manifestantes não quiseram se pronunciar, sob a orientação dos advogados Jorge Farias (da Unegro), Mary Cohen (da Ordem dos Advogados do Brasil no Pará - OAB/PA), Roberta Amanajás e Marco Apolo Leão (ambos da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos - SDDH). 'Eles se reservaram ao direito constitucional de não falar. No entanto, não nos cabe fazer quaisquer julgamentos sobre os atos deles. Apenas fizemos as autuações conforme os fatos que ocorreram no local e vamos dispor o caso à Justiça', afirmou Moraes.
Na manhã de ontem, os manifestantes foram levados pela polícia ao Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPC) para fazer exame de corpo de delito. Eles não quiseram se pronunciar à imprensa. Somente ao início da tarde a Polícia conseguiu transferi-los para uma carceragem da capital. A informação era de que a maioria deles estaria na unidade policial da Cabanagem, mas a DRCO não foi autorizada a confirmar a situação.

4 comentários:

  1. Até que enfim a polícia fez o trabalho dela. Aliás, fez em parte porque precisa concluir os inquéritos.

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  2. Granada caseira?
    É um absurdo e ainda tem quem dê apoio e esse tipo de movimento!!!!!!

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  3. Granada caseira, para os simpatizantes, é instrumento de trabalho dos manifestantes dos movimentos sociais.

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  4. Vergonha é esse mesmo Estado que criminaliza os trabalhadores e que não os indeniza das suas perdas pela barragem de tucuruí há mais de duas décadas. Me digam... vcs teriam paciência?

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