500 mil sem água em Belém

No AMAZÔNIA:

Quinhentos mil moradores de 16 bairros de Belém ficam hoje, de 6 às 22 horas, sem água. Serão 16 horas de suspensão no abastecimento para que Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) coloque em pré-operação a segunda etapa da nova Estação de Tratamento de Água (ETA) do Lago Bolonha. Ontem, o dia foi de armazenar o produto em boa parte das residências da capital paraense.
os bairros atingidos são: Guamá, Cremação, Condor, São Brás, Fátima, Marco, Canudos, Montese, Jurunas, parte de Batista Campos, Pedreira, Telégrafo, Sacramenta, Souza, Barreiro, Marambaia e um de Ananindeua (Cidade Nova).
De acordo com o presidente da Cosanpa, Eduardo de Castro Ribeiro Júnior, a suspensão do serviço servirá para que a segunda etapa da ETA seja interligada com o sistema da primeira etapa, que está em funcionamento.
A etapa que entrará em testes, quando colocada em pleno funcionamento, duplicará a capacidade de produção da ETA Bolonha de 3,2 mil para 6,4 mil litros por segundo. O custo estimado da ampliação e duplicação do sistema de captação de água do rio Guamá é de R$ 90 milhões e vai ser coberto por verbas estaduais e financiamento da Caixa.
Ele afirmou que a obra de duplicação era necessária para devolver o equilíbrio entre oferta e demanda de água tratada em Belém.
Apesar dos transtornos, nas ruas, a medida foi bem aceita pela população. 'Atrapalhar vai, mas se é para melhorar depois não tem problema passar um dia sem água. Além disso, adianta se aborrecer? Tem é que encher os baldes', afirmou o autônomo Walcyr Costa, que desde a manhã de ontem armazenava água em casa.
Dona Leonor Barbosa, que reside no mesmo bairro, espera que com as obras a qualidade da água melhore. 'Aqui a água é horrível, amarelada, nem colocando muito pano tira a ferrugem. Por isso, se for para limpar esta água que vem da Cosanpa não me importo de passar um dia sem água, qualquer coisa a gente se aperta, o que não pode é esta água continuar do jeito que está, não dá nem para lavar roupa', reclamou.