terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Armado? Eu? Nunquinha.

Deve ter alguma coisa errada.
Alguma coisa ao contrário deve ter ocorrido.
Ontem à tarde, dois homens chegaram a pé – a pé, não foi nem de bicicleta, como sói acontecer em tantos assaltos praticados na Grande Belém – à Delegacia do Aurá e libertaram sete dos nove detentos que estavam custodiados lá.
Ali havia um policial de plantão – apenas um, segundo se depreende da informação -, o investigador Paulo Vidal.
E o policial civil de plantão, o único, estava desarmado.
Desarmardíssimo.
Estava ali, como se diz, com a cara e com a coragem.
Ele mesmo o disse.
“Eles [os dois bandidos] não levaram armas minhas porque a gente não fica armado por aqui, justamente para o caso de acontecer uma situação dessas”, explicou o investigador.
Ahã?
Ele não estava armado “justamente para o caso de acontecer uma situação dessas”?
É isso mesmo?
Mas não deve ser o contrário, não?
Será que, “justamente para o caso de acontecer uma situação dessas” – da ação de bandidos dentro de uma delegacia para libertar outros bandidos -, não é necessário que os policiais de plantão, seja um ou sejam 40, estejam armados para dissuadir os invasores?
Não será assim?
Não tem alguma coisa errada nisso, não?
Onde é que está escrito, em que norma, em que cartilha, em que regramento, onde, afinal, é que está escrito que o policial de plantão numa delegacia, o único, deve estar desarmado justamente para não dispor de qualquer meio para afastar agressões – iminentes ou reais – à segurança da própria cadeia pública?
Então, combinemos assim: bandidos armados e bem armados, em qualquer número, estão livres para tentar o resgate de presos em qualquer delegacia de polícia de Belém.
E poderão fazê-lo sem riscos de sofrer qualquer resistência armada, porque já sabem que os policiais de plantão – quantos forem – não estarão de armas em punho, “justamente para o caso de acontecer uma situação dessas”.
É isso mesmo?
Bandidos que quiserem resgatar comparsas podem ficar certos de que policiais de plantão poderão resistir, no máximo, na base do berro. No máximo, poderão gritar “socoooooooorro” e sair correndo.
É isso mesmo?
Um espanto!
Isso tudo é um espanto.
E ainda bem que é Carnaval para afastar espantos como esse.

3 comentários:

  1. Paulo, meu queixo caiu! Agora, só na Quarta-feira de Cinzas...

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  2. Hehehe,
    Quem sabe, Franssi.
    Talvez só na quinta, na sexta, sei lá.
    Abs.

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  3. E tome propaganda da "new puliça".
    E tome desfile de carro e moto novos.
    Credo, essa puliça parece um dente cariado.
    Socorro, Don Orani!!!

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