sábado, 13 de setembro de 2008

As defesas da supereconomia

Na VEJA:

Desde que eclodiu, há um ano, a crise dos mercados financeiros freou a atividade econômica nos países ricos e contagiou as bolsas em todo o planeta. A despeito dessa tormenta, no entanto, a economia brasileira segue inabalável. De acordo com números divulgados na semana passada, o PIB (produto interno bruto, soma de todas as mercadorias e serviços produzidos pelo país) cresceu num ritmo forte de 6,1% no segundo trimestre deste ano. O país, assim, deve completar dois anos consecutivos com aumento do PIB acima de 5%, o que não ocorria havia mais de duas décadas. O que é melhor: o crescimento foi puxado por um avanço recorde de 16,2% nos investimentos produtivos, ou seja, está-se diante de um crescimento sadio e, ao que tudo indica, sustentável.
Como o país prospera em meio à turbulência dos mercados mundiais? São várias as razões. Uma delas, como mostra a Carta ao Leitor desta edição, é a ascensão de 20 milhões de novos consumidores no Brasil. Esse contingente veio das classes D e E e atingiu os níveis de consumo de classe média, mesmo que ainda nos primeiros degraus. Eles não emergiram por motivos fortuitos. O país teve de arrumar a casa antes. Desde 1994, a economia foi se cercando de escudos protetores que lhe permitem hoje navegar com mais segurança e capacidade em momentos de tormenta externa, como agora. Pois é essa imunidade ao contágio externo, ainda que imperfeita e não testada em situações de gravidade máxima, que permite ao Brasil comemorar recordes de investimentos e de consumo privado, a despeito da crise nas bolsas do mundo – com reflexo no nosso próprio mercado acionário. Alguns desses escudos são amplamente conhecidos. Entre eles, a manutenção de políticas econômicas previsíveis e responsáveis há mais de uma década. O país beneficia-se do fato de ter aderido ao que se faz de mais sensato no mundo, em termos de condução da política econômica.

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